A Seap informa que não há previsão para a aquisição de tornozeleiras eletrônicas novas por problemas com o fornecedor, mas que os presos podem cumprir prisão domiciliar sem tornozeleira, desde que haja autorização judicial.
O presidente da Delta Construção, Fernando Cavendish, e os empresários Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, Marcelo José Abbud, Adir Assad e Cláudio Abreu tiveram mandado de prisão expedido na quinta-feira (30/6), acusados de fazer parte de um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro público capitaneado pela empreiteira Delta Construção.
Na sexta-feira (1/7), a Justiça concedeu prisão domiciliar aos presos a pedido dos advogados de defesa, mas por falta de tornozeleira eletrônica eles continuaram presos. O Ministério Público Federal (MPF) informou que vai recorrer da decisão do desembargador Antonio Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, que concedeu prisão domiciliar aos presos.
O advogado Miguel Pereira Neto, responsável pela defesa de Marcelo José Abbud e Adir Assad, informou que entrou com petições na Justiça para soltar seus clientes. "A impossibilidade administrativa não pode agravar ou manter uma pessoa no regime prisional mais gravoso. Essas pessoas têm que ser soltas, encaminhadas para suas residências e, quando a tornozeleira estiver disponível, eles retornam para que ela seja instalada”, disse ele. “Fizemos a petição para que haja o célere e imediato cumprimento da decisão. A liberdade não pode aguardar".
Ele adiantou que Abbud já possui tornozeleiras por ter sido condenado no processo da Lava Jato e já deveria estar solto desde ontem. Cavendish foi preso nesta manhã no aeroporto internacional do Galeão no Rio de janeiro, após desembarcar de um voo da Europa.
Ele passou pelo Instituto Médico-Legal antes de ser encaminhado para o presídio Ary Franco.
O advogado de Cachoeira, Marcel Verssiani, espera que o cliente seja solto ainda hoje e informou que Cachoeira cumprirá a pena domiciliar em Goiás, onde mora.
Operação Saqueador
Segundo a denúncia, o esquema da organização criminosa tinha mais de 22 envolvidos e desviou mais de R$370 milhões entre 2007 e 2012. Por meio da Delta, eram repassados valores para 18 empresas de fachada, com contratos fictícios. As investigações apontam que os desvios serviam para pagar propinas a agentes públicos.
Foi verificado ainda aumento dos valores dessas transferências em anos de eleições. Foram feitas transferências, por exemplo, de R$ 80 milhões para uma obra inexistente chamada Transposição do Rio Turvo, no Rio de Janeiro.
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