Além disso, os policiais federais investigam o pagamento de valores indevidos a servidores da Petrobras e o repasse de recursos a partidos políticos em virtude do sucesso obtido por empresas privadas em contratações específicas. Um exemplo é o projeto de reforma do Cenpes - Centro de Pesquisas da Petrobras - na Ilha do Fundão na cidade do Rio de Janeiro.
Para esta nova fase das investigações ligadas ao esquema de corrupção na Petrobras, a Justiça expediu 35 mandados judiciais - quatro de prisão temporária, um de preventiva, 23 de busca e apreensão, além de sete conduções coercitivas, que é quando a pessoa é levada pelos policiais para prestar depoimento.
Abismo
A operação desta segunda-feira foi nomeada pela Polícia Federal de "Abismo" para investigar crimes de organização criminosa, cartel, fraudes licitatórias, corrupção e lavagem de dinheiro oriundo de contratos da Petrobras, em especial do contrato celebrado pelo Consórcio Novo Cenpes para a construção do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), no Rio de Janeiro.
O ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira é alvo principal da ação de hoje. Ele teve decretado pela Justiça mandado de prisão preventiva e outro de busca e apreensão. Ferreira já estava preso na Superintendência da Polícia Federal, em São Paulo, desde o dia 23 passado pela Operação Custo Brasil.
Os presos serão levados à sede da Polícia Federal em Curitiba nesta segunda-feira. Paulo Ferreira está detido na Superintendência da Polícia Federal em São Paulo.
Ferreira é suspeito de ligação com o esquema Consist - empresa de software que teria desviado R$ 100 milhões de empréstimos consignados no âmbito do Ministério do Planejamento na gestão Paulo Bernardo.
Sob o comando de Bernardo, que liderou a pasta de março de 2005 a janeiro de 2011 no governo Lula, o Planejamento assinou acordo com o Sindicato Nacional das Entidades Abertas de Previdência Complementar (SINAPP) e a Associação Brasileira de Bancos (ABBC).
Cenpes
Criado há 40 anos, o Cenpes foi recentemente ampliado e modernizado para atender às demandas de exploração do pré-sal. A reforma do local já havia aparecido em delações premiadas anteriores como fonte de desvios de recursos públicos para partidos.
Com agências
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