Polícia Federal deflagra a 31ª fase da Operação Lava-Jato

A operação foi deflagrada na madrugada desta segunda-feira com o cumprimento de 35 mandados de prisão, busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal

Iracema Amaral
A operação desta segunda-feira foi nomeada pela Polícia Federal de "Abismo" para investigar crimes de organização criminosa, cartel, fraudes licitatórias, corrupção e lavagem de dinheiro - Foto: Agência Brasil
A Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira (4) a 31ª fase da Operação Lava-Jato em São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal. A ação de hoje investiga desvios em licitações para a reforma do Cenpes (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello, da Petrobras), no Rio de Janeiro, onde são feitos estudos da Petrobras sobre a exploração em águas profundas. O esquema no Cenpes envolve R$ 39 milhões em pagamentos de propina para empresa participante do certame, diretoria de Serviços da Petrobras e também para o PT, segundo as investigações.

Além disso, os policiais federais investigam o pagamento de valores indevidos a servidores da Petrobras e o repasse de recursos a partidos políticos em virtude do sucesso obtido por empresas privadas em contratações específicas. Um exemplo é o projeto de reforma do Cenpes - Centro de Pesquisas da Petrobras - na Ilha do Fundão na cidade do Rio de Janeiro.

Para esta nova fase das investigações ligadas ao esquema de corrupção na Petrobras, a Justiça expediu 35 mandados judiciais - quatro de prisão temporária, um de preventiva, 23 de busca e apreensão, além de sete conduções coercitivas, que é quando a pessoa é levada pelos policiais para prestar depoimento.

Abismo

A operação desta segunda-feira foi nomeada pela Polícia Federal de "Abismo" para investigar crimes de organização criminosa, cartel, fraudes licitatórias, corrupção e lavagem de dinheiro oriundo de contratos da Petrobras, em especial do contrato celebrado pelo Consórcio Novo Cenpes para a construção do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), no Rio de Janeiro.

O ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira é alvo principal da ação de hoje. Ele teve decretado pela Justiça mandado de prisão preventiva e outro de busca e apreensão. Ferreira já estava preso na Superintendência da Polícia Federal, em São Paulo, desde o dia 23 passado pela Operação Custo Brasil.

Os presos serão levados à sede da Polícia Federal em Curitiba nesta segunda-feira. Paulo Ferreira está detido na Superintendência da Polícia Federal em São Paulo.

Ferreira é suspeito de ligação com o esquema Consist - empresa de software que teria desviado R$ 100 milhões de empréstimos consignados no âmbito do Ministério do Planejamento na gestão Paulo Bernardo.

Sob o comando de Bernardo, que liderou a pasta de março de 2005 a janeiro de 2011 no governo Lula, o Planejamento assinou acordo com o Sindicato Nacional das Entidades Abertas de Previdência Complementar (SINAPP) e a Associação Brasileira de Bancos (ABBC).
Essas entidades contrataram a Consist para desenvolver o sistema de gerenciamento e controle dos créditos consignados. De 2010 a 2015, o esquema teria gerado R$ 100 milhões em propinas sobre o contrato da Consist.

Cenpes

Criado há 40 anos, o Cenpes foi recentemente ampliado e modernizado para atender às demandas de exploração do pré-sal. A reforma do local já havia aparecido em delações premiadas anteriores como fonte de desvios de recursos públicos para partidos.

Com agências







.