A Polícia Federal afirmou nesta segunda-feira que a Operação Lava-Jato não passa por um processo de 'desmanche'. Em Curitiba, base da grande investigação, o delegado Igor Romário de Paula, que coordena a Lava Jato no âmbito da PF, leu aos jornalistas - antes de revelar os detalhes da Operação Abismo, 31ª fase - uma nota subscrita pela Direção-Geral da corporação.
"É verdade que estamos mudando dois delegados de Polícia Federal da equipe da Lava-Jato, assim como não é verídica a informação de que a força-tarefa passa por um desmanche", assinala o comando da PF, segundo o texto lido por Igor Romário.
"Esclarecemos, ainda, que em momento algum sofremos qualquer tipo de pressão interna ou externa, em substituição deste ou daquele delegado."
A PF informou que substituiu os delegados Mauat, lotado no Rio Grande do Sul, e Mocelin, lotado em Rondônia, 'a quem agradecemos pelo trabalho prestado até agora'.
Para os lugares de Mauat e Mocelin foram escalados os delegados Rodrigo Sanfurgo, que chefiou a Delegacia de Crimes Financeiros da PF em São Paulo, e o delegado Luciano Menin, que já integrou a equipe da Lava-Jato.
Também vai compor a equipe o delegado Roberto Biazoli, com experiência em investigações internacionais - ele trabalhou por mais de 5 anos no Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional, braço do Ministério da Justiça.
A PF comunicou que o delegado Luciano Flores pediu para sair do caso temporariamente. Ele vai atuar na equipe da corporação mobilizada para a segurança na Olimpíada. Flores se notabilizou na Lava-Jato ao conduzir coercitivamente, no dia 4 de março, o ex-presidente Lula, alvo da etapa Aletheia.
"Sua (de Luciano Flores) saída é a pedido do próprio servidor e temporária, devendo reintegrar a equipe logo após o término da sua missão junto à coordenação de Grandes Eventos em Brasília, no período dos Jogos Olímpicos de 2016", afirma a Direção-Geral da PF.
"Essas mudanças são opções estratégicas da coordenação com apoio irrestrito da equipe da investigação, administração regional e Direção-Geral da Polícia Federal, visando oxigenar o grupo, dando a ele um novo fôlego, para que os trabalhos continuem cada vez mais buscar sua superação", esclareceu o delegado Igor Romário de Paula.
O acervo de inquéritos a cargo do delegado Maut agora volta para as mãos de Márcio Anselmo, um dos principais integrantes da Lava-Jato.
Na entrevista coletiva desta segunda, em Curitiba, o delegado Igor disse aos jornalistas. "Para que a sociedade se tranquilize, tenham certeza de que a Operação Lava Jato não sofrerá qualquer prejuízo a seus trabalhos investigativos e operacionais, e também tenham a ideia de nossa preocupação, a carga principal de inquéritos que estava com o delegado Mauat retornou ao seu delegado original, delegado Márcio Anselmo, conhecido por seu inquestionável trabalho na Operação Lava-Jato, que dispensa maiores qualificativos."