Brasília - Criado na década de 1970, o Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), localizado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é responsável pela criação de tecnologias para a Petrobras, além de projetar e fiscalizar obras realizadas na estatal.
De acordo com as investigações, diferentes contratos da ampliação do Cenpes foram repartidos entre as empresas investigadas por formação de cartel, como OAS, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e UTC. O projeto era tocado pela Diretoria de Serviços da companhia, comandada pelo ex-diretor Renato Duque. A PF investiga também contratos de R$ 5 milhões com empresas da filha do ex-diretor de abastecimento Paulo Roberto Costa para fornecimento de móveis.
Na inauguração da ampliação, em 2010, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva exaltou o Cenpes como o "maior centro de pesquisas do hemisfério Sul". O ex-presidente também destacou a Petrobras como a "segunda maior empresa de petróleo do mundo" em função de seu valor de mercado à época, estimado por Lula em US$ 220 bilhões. Na última sexta-feira, a companhia registrou valor de mercado de US$ 44 bilhões.
O projeto de ampliação do Cenpes também atraiu a instalação de centros de pesquisa de outras petroleiras e fornecedores da cadeia de petróleo e gás no Parque Tecnológico da UFRJ. Inaugurado em 2003, o parque tecnológico reúne hoje centros de pesquisa de 13 grandes empresas, oito pequenas e médias, além de sete laboratórios da própria UFRJ.
Sindicância
Em nota, a Petrobras informa que realiza investigação interna para "averiguar possíveis irregularidades sobre os contratos das obras de ampliação do Cenpes", e que os relatórios finais serão enviados às autoridades. A estatal também afirma que já concluiu investigações e adotou "medidas disciplinares" contra o conteúdo das acusações.