Jornal Estado de Minas

PF deflagra mais uma etapa da Lava-Jato no Rio e em Porto Alegre


A Polícia Federal está nas ruas do Rio de Janeiro em Porto Alegre na manhã desta quarta-feira para mais uma etapa da Operação Lava-Jato. O principal alvo é  o ex-diretor-presidente da Eletronuclear almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, que já cumpre prisão domiciliar.O almirante já é réu em processo na 7ª Vara Federal Criminal, no Rio. Othon Pinheiro é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro, acusado de receber ao menos R$ 4,5 milhões em propinas para facilitar a contratação dos consórcios responsáveis pelas obras da usina de Angra 3.

O caso do almirante e de outros 13 acusados de participar do esquema de desvios nas obras da usina de Angra 3, estava sob responsabilidade do juiz Sérgio Moro, que cuida das ações da Lava-Jato na Justiça Federal no Paraná. Por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), contudo, o caso da Radioatividade foi deslocado para a Justiça Federal no Rio.

Pinheiro deve ser levado para a sede da PF, na Zona Portuária do Rio, e, em seguida, para o Complexo Penitenciário de Bangu, onde estão os presos da Operação Saqueador, entre eles o dono da Delta, Fernando Cavendish, e o contraventor Carlinhos Cachoeira.

Estão sendo cumpridos nove mandados de prisão no Rio de Janeiro e um em Porto Alegre. Serão cumpridos também mandados de busca e apreensão, e condução coercitiva — quando alguém suspeito de ser ligado ao caso é levado para prestar depoimento e depois liberado.

Está prevista uma entrevista à imprensa, às 10h30, na Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro, para explicar os detalhes da operação.

Delação


O ex-presidente da Andrade Gutierrez Rogério Nora de Sá afirmou à Justiça Federal, no Rio, que o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, durante sua gestão à frente da presidência da Eletronuclear, pediu "contribuição política" para o PT e para o PMDB e "contribuição científica". Segundo Rogério Nora, que é um dos 11 delatores da empreiteira, na Operação Lava Jato, Othon Luiz pediu 1% para seus "projetos futuros".

O ex-presidente da Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras, é acusado de ter recebido propina da Andrade Gutierrez e da Engevix sobre contratos de obras da Usina de Angra 3. Othon Luiz teria recebido valores por meio de empresas intermediárias, segundo o Ministério Público Federal. O almirante é acusado de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, obstrução da justiça e organização criminosa.

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