O Cadastro Único é o instrumento do governo federal, em parceria com Estados e municípios, que tenta identificar, selecionar e incluir famílias pobres em programas sociais. É por meio desse cadastro que famílias têm acesso a benefícios como o Bolsa Família e a Tarifa Social de Energia Elétrica.
Os domicílios mais pobres sem registro no Cadastro Único representavam, em 2014, 44% dos 13,3 milhões de domicílios onde a renda domiciliar per capita é de até meio salário mínimo. Em 2,730 milhões de domicílios, os moradores, embora soubessem da existência do Cadastro Único ou de programas sociais federais, não tomaram a iniciativa de se cadastrar. Em outras 2,709 milhões de residências, os moradores tentaram se cadastrar, mas não foram entrevistados. As razões de a entrevista não ter sido realizada não foram informadas na pesquisa.
Em muitos casos, a falta de documento é um entrave para pessoas que buscam benefícios sociais, mas a Pnad 2014 não traz detalhes sobre a ausência no Cadastro Único de famílias que se enquadram no perfil dos beneficiários. Havia ainda 483 mil domicílios nos quais nenhum morador conhecia o Cadastro Único ou qualquer outro programa social federal. São, portanto, 5,922 milhões de domicílios de baixa renda em que os moradores não estão no Cadastro Único.
O suplemento foi feito por meio de convênio do IBGE com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), como a pasta era chamado na época da pesquisa, durante o governo da presidente Dilma Rousseff, agora afastada. No governo do presidente em exercício Michel Temer, a pasta passou a se chamar Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário. O interesse do governo é mapear o conhecimento sobre o cadastro e os programas sociais federais e identificar onde há dificuldade de inscrição das famílias mais pobres.