Jornal Estado de Minas

Impeachment da presidente Dilma racha o PSTU

A posição do PSTU em relação ao impeachment da presidente Dilma Roussef rachou o partido. Hoje, um grupo de cerca de 700 filiados da legenda – fundada em 1993, a partir de um rompimento com o PT – deixou o partido e anunciou a criação de uma nova organização de esquerda. O encontro para a fundação da nova legenda, ainda sem nome definido, deve acontecer no dia 23 de julho. Em todo o Brasil, o PSTU tem cerca de 17 mil filiados.



Os descontentes queriam que o PSTU se posicionasse contra o afastamento da presidente, mantendo a postura de oposição ao seu governo e não o lema “fora todos eles”. Defendiam ainda que a legenda participasse dos atos da Frente Povo Sem Medo, encabeçada pelo PSOL e MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) para a formação de uma aliança de esquerda que tivesse como eixo o combate ao impeachment. O grupo dissidente também pregava que o partido participasse de uma frente de esquerda movimentos sociais e PSOL, PCB e outros partidos sem registro para fazer frente aos ajustes fiscais.

Em nota, a direção nacional do PSTU disse que a maioria do partido rechaçou esta posição por considerar que o “não ao impeachment” e "a participação em atos da Frente Povo Sem Medo significava, na prática, a mesma postura política da campanha contra o suposto golpe, deflagrada pelo PT para tentar manter Dilma no governo”. Disse ainda que os dissidentes dão muita importância “às eleições burguesas, maior do que elas deveriam ter para os revolucionários”.

Em um manifesto intitulado “É preciso arrancar alegria ao futuro”, os dissidentes defendem que seja construída a “a mais ampla unidade na ação prática, na luta comum, e avaliamos que esta luta passa hoje pela bandeira do Fora Temer”. Afirmam ainda que o combate ao impeachment não pode ser apropriado pela direção do PT em seu projeto de voltar ao poder com a candidatura, em 2018, de Luiz Inácio Lula da Silva, por isso a necessidade de o partido tomar uma posição.



“Defendemos a unidade deste terceiro campo também nas eleições municipais de 2016. Propomos ao PSTU, ao PSOL, ao PCB, às organizações políticas que não possuem legalidade e aos movimentos sociais a construção de uma Frente de Esquerda e Socialista, com um programa de ruptura com os planos de ajustes que são aplicados por todos os governos e prefeituras. Nos colocamos desde já a serviço dessas grandiosas tarefas.

Confira na íntegra do manifesto

Defendemos a mais ampla unidade na ação prática, na luta comum, e avaliamos que esta luta passa hoje pela bandeira do Fora Temer. Não podemos deixar que este combate seja apropriado pela direção do PT em seu projeto de voltar ao poder com uma nova candidatura Lula. Ou seja, a velha chantagem do mal menor. É preciso abrir o caminho para outra saída política.
Defendemos a unidade deste terceiro campo também nas eleições municipais de 2016. Propomos ao PSTU, ao PSOL, ao PCB, às organizações políticas que não possuem legalidade e aos movimentos sociais a construção de uma Frente de Esquerda e Socialista, com um programa de ruptura com os planos de ajustes que são aplicados por todos os governos e prefeituras. Nos colocamos desde já a serviço dessas grandiosas tarefas.

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