O Conselho de Ética não conseguiu dar andamento nesta quarta-feira, 6, ao processo por quebra de decoro parlamentar contra o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ). O relator escolhido para o caso foi o deputado Wellington Roberto (PR-PB), que recusou a função alegando sobrecarga de atividade em virtude da campanha eleitoral na Paraíba. O deputado disse aos colegas de conselho que não votaria contra o colega.
Bolsonaro é alvo de representação do PV por ter dedicado seu voto a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, reconhecido pela Justiça como torturador durante a ditadura militar. O PV pede sua cassação por apologia ao crime de tortura. Embora o prazo regimental de 90 dias úteis para o processo ser concluído já esteja em andamento, só na próxima semana haverá uma definição sobre a relatoria do caso.
Leia Mais
Bolsonaro cai no chão em ato no Rio e vídeo do tombo bomba na internetConselho de Ética instaura processo contra Bolsonaro por apologia à torturaBolsonaro aciona polícia da Câmara para duas mulheres por ter sido chamado de 'homofóbico'O deputado Laerte Bessa (PR-DF) fez uma questão de ordem na sessão desta tarde de quarta-feira, 6, argumentando que os petistas não poderiam ser relatores porque a direção do partido já defendeu a cassação de Bolsonaro, portanto não haveria imparcialidade dos parlamentares.
Prascidelli alegou que disputas partidárias não podem nortear a escolha dos relatores no conselho e que não há impedimento regimental ou legal para que ele ou Zé Geraldo exerçam a função. "Vou buscar as condições regimentais para que esse sorteio seja mantido", avisou.
O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) saiu em defesa de Bolsonaro e disse que é inadmissível que um partido ataque o princípio da inviolabilidade do mandato parlamentar. "Eu respeito o Partido Verde, (mas) é uma excrescência um partido pensar que vai ter um ganho político, que vai em algum momento fazer um bem ao País ao tentar sacar contra a inviolabilidade do deputado no exercício do mandato", criticou. O petista Zé Geraldo reagiu ao discurso com ironia. "Como teve a tropa de choque de Cunha, agora tem aqui a tropa de choque do Bolsonaro", comentou.
Consulta
O conselho aprovou hoje um parecer que estabelece novas regras para a substituição de membros titulares e suplentes. Pela regra aprovada nesta tarde, o deputado que renunciar à vaga não poderá retornar ao colegiado enquanto durar o mandato de dois anos do grupo. A substituição se dará pelo suplente do mesmo partido e caberá ao líder da bancada indicar o substituto do suplente que for nomeado titular.
A consulta é apenas um entendimento do colegiado e não tem força de projeto de lei.