Os promotores Ingrid Val e Evandro Ventura, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), denunciaram, nesta tarde, o presidente do Sindicato dos Rodoviários de Governador Valadares, Jorge Ferreira Lopes; o presidente da Valadarense Roberto Carvalho, e mais duas pessoas por propina paga pelo empresário ao representante da categoria que reúne cerca de 500 pessoas.

Os dois estão presos. Roberto gravou imagens de Jorge recebendo maços de notas de R$ 100 e R$ 50 para fraudar processos na Justiça do Trabalho. As imagens foram apreendidas pela Polícia Federal, em maio passado, na terceira fase da Operação Mar de Lama, que investiga uma rede de corrupção em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce. Os vídeos foram compartilhados por uma multidão de moradores.

“O primeiro vídeo analisado demonstra que, na véspera de uma audiência trabalhista em que se tentaria acordos nos processos envolvendo a Valadarense e o Sindicato, os acusados Roberto e Jorge confabulam formas fraudulentas de transacionarem sobre os direitos dos substituídos/sindicalizados, oportunidade em que negociam, inclusive, remuneração ilícita a ser paga por Roberto a Jorge, no importe de R$ 500 mil para finalizarem cerca de 18 processos do dito sindicato contra a empresa”, informaram os promotores na denúncia.

Além deles, também foram indiciados Élcio Rocha Gomes, advogado do sindicato, e Ana Paula Carvalho, filha do dono da Valadarense.Segundo a denúncia, "Élcio, na qualidade de advogado do sindicato, concorreu dolosamente para as práticas criminosas". Já Ana Paula, conforme os promotores, levou pacotes do dinheiro entregue pelo pai a Jorge.

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