Jornal Estado de Minas

Sérgio Moro manda soltar presidente do Conselho Administrativo da Minas Arena

O juiz Sérgio Moro mandou soltar nesta sexta-feira Roberto Ribeiro Capobianco, presidente do Conselho Administrativo da Minas Arena, consórcio que administra o estádio do Mineirão. Ele foi preso na 31ª fase da Operação Lava-Jato, denominada de “Abismo”, deflagrada na última segunda-feira pela Polícia Federal e Ministério Público Federal. Capobianco também é presidente da Construcap, construtora acusada de participar das fraudes investigadas. Apesar da participação, as investigações não afetam a Minas Arena.

Moro atendeu pedido dos investigadores da Polícia Federal e também entendeu que não há necessidade da prorrogação da prisão temporária, válida por cinco dias. Com a decisão, serão libertados – além de Roberto Capobianco -, Genésio Schiavinato Júnior (diretor da empresa Construbase), Edison Freire Coutinho (ex-diretor da empreiteira Schain), Erasto Messias da Silva Júnior (empresário).

Em troca de liberdade, Moro estabeleceu medidas cautelares, como comparecimento a todos os atos processuais e de investigação aos quais forem chamados. Na decisão, o juiz alertou que o descumprimento da medida acarretará na expedição de mandato de prisão preventiva.
Moro advertiu. "O descumprimento das medidas cautelares poderá ensejar a decretação da prisão preventiva."

Em nota no dia da prisão, a Minas Arena ressaltou que as investigações “não tem relação alguma com o Mineirão, e não causam nenhum impacto na operação do estádio”. Se colocou à disposição dos órgãos competentes para qualquer esclarecimentos.

Já a construcap informou, via assessoria de imprensa, que não pretende comentar o assunto.

De acordo com o MPF, as fraudes que levaram a mais uma etapa da Lava-Jato foram descobertas após acordo de leniência - como é chamada a delação premiada de empresas -, da Carioca Engenharia. As irregularidades ocorreram nos contratos e construção do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), no Rio de Janeiro.

São investigados os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude em licitação, no que configurou, segundo a PF, um esquema que impôs prejuízos sistemáticos à Petrobras, através inclusive da realização de pagamentos indevidos a funcionários da companhia e repasses de dinheiro a partido político em decorrência de negócios fechados com outras empresas.

 

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