São Paulo, 08 - Desacompanhada da claque de antigos ministros, deputados, senadores ou membros do PT que sempre estiveram presentes quando estava à frente do governo, a presidente afastada Dilma Rousseff participou nesta sexta-feira, 8, de um ato em defesa do programa Minha Casa Minha Vida em Taboão da Serra, na Grande São Paulo.
Ao discursar por 21 minutos, Dilma defendeu o programa habitacional criado na gestão petista e repetiu que seu afastamento foi um golpe arquitetado por uma "horda de bárbaros que assaltaram o poder para retirar direitos da população". "Vamos resistir a este golpe", disse ela para uma plateia formada por moradores de conjuntos populares.
O ato foi organizado pela Frente Povo Sem Medo, que congrega mais de 40 entidades ligadas aos movimentos sociais. Estavam presentes no ato o coordenador nacional do MTST (Movimento dos Trabalhadores sem-teto), Guilherme Boulos, e o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vagner Freitas, além de lideranças locais.
A única representante do primeiro escalão do governo Dilma no ato era a socióloga Eleonora Menicucci, que chefiou a secretaria de Politicas para as Mulheres, pasta que foi extinta no governo interino de Michel Temer.
Dilma lembrou que, pouco antes de "ser saída do governo", o plano era fazer o Minha Casa Minha Vida 3, e que a gestão interina de Temer quer acabar com o programa. "Querem acabar com a faixa 1 do Minha Casa Minha Vida, que é destinada aos mais pobres. Acabar com a faixa 1 é acabar com o programa", disse.
O condomínio João Cândido foi escolhido para o ato, segundo seus organizadores, por ser um exemplo bem sucedido de construção de casas com base na gestão popular. Ao falar sobre o condomínio, Dilma disse que "aqui tem uma vitória". "Não perdemos todas. Aqui tem uma vitória", afirmou.
"Construímos aqui apartamentos de três dormitórios e 63 metros quadrados com o mesmo custo que empreiteiros constroem apartamentos to tamanho de caixas de fósforos", disse Guilherme Boulos.