No primeiro ano em que a campanha eleitoral foi reduzida de 90 para 45 dias, os pré-candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte encontraram uma forma de aparecer praticamente do mesmo jeito neste mês, período em que até o último pleito já poderiam pedir votos. Com a metade do tempo disponível para correr atrás dos eleitores, eles inauguraram a temporada da pré-campanha, permitida com o afrouxamento da legislação eleitoral na minirreforma aprovada no ano passado. Ainda sem oficializar a candidatura, vale visitar hospitais, participar de encontros com lideranças, usar as redes sociais e até lançar pré-programa de governo.
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Estudando a cidade
Recém-lançado pelo senador Aécio Neves como pré-candidato do PSDB, o deputado estadual João Leite também se mantém presente nas reuniões e nas redes.
Entre uma visita e outra a centros de saúde e outros locais públicos da capital, João Leite também tem feito reuniões com representantes de partidos em busca de uma coligação forte para reforçar a chapa tucana. “Estamos vendo in loco os problemas da cidade e fazendo entendimentos. Somos pré-candidatos e isso a gente pode dizer, porque o que legaliza nossa participação no pleito são as convenções”, diz.
Outro que se tornou figura fácil em eventos e reuniões públicas é o empresário Paulo Brant, pré-candidato do PSB apoiado pelo prefeito Marcio Lacerda. No Facebook do PSB de BH ele se apresenta em vídeo com discurso semelhante ao do padrinho político, falando de sua experiência nas áreas pública e privada e dizendo que o bom gestor coloca as pessoas em primeiro lugar. “Gostaria de ser prefeito de BH para poder dar a minha contribuição naquilo que acredito que é o maior desafio do país hoje, que é a gestão pública”, afirma.
Paulo Brant também participou de reuniões recentes com moradores do Bairro Santa Tereza e no Granja de Freitas, ambos na Região Leste de BH.
CRÍTICAS O deputado estadual Sargento Rodrigues, pré-candidato do PDT, mantém a estratégia de usar suas redes sociais para criticar o governo de Minas, mas também já começa a aparecer em eventos da pré-campanha. Outra linha é divulgar os projetos de lei de sua autoria na Assembleia. Na semana passada, ele visitou o PRB e, claro, postou fotos do encontro no Facebook.
Representante da área da segurança, Rodrigues aproveitou o período para reforçar laços também com a guarda municipal, que visitou sem deixar de fazer fotos com o comando. “Quem é candidato de fato vai ter muito trabalho nesse período, porque é preciso organizar e adiantar toda a organização da campanha. Além dos contatos, é preciso adiantar coisas, como a arte dos santinhos que serão feitos depois do registro”, diz.
Regra elástica
A pré-campanha foi liberada pela Justiça Eleitoral na minirreforma que virou lei em 2015. A regra estabeleceu os atos que não podem ser considerados propaganda antecipada.
Pode
» Entrevistas, programas, encontros ou debates no rádio, TV e internet, desde que haja tratamento isonômico entre os pré-candidatos
» Encontros, seminários ou congressos para discutir políticas públicas e alianças, podendo ser divulgados por comunicação interpartidária
» Divulgação de atos parlamentares e posicionamento pessoal sobre questões políticas, inclusive nas redes sociais
» Reuniões para divulgar ideias, objetivos e propostas partidárias
Não pode
» Tudo isso está liberado desde que não haja pedido de votos, menção à pretensa candidatura e exaltação das qualidades pessoais dos pré-candidatos.