As duas maiores cidades do Triângulo Mineiro, Uberlândia e Uberaba, vão enfrentar um quadro parecido na campanha para as eleições municipais, que começa oficialmente em agosto. Nas duas, ao que tudo indica, a sucessão vai ser disputada entre os atuais prefeitos tentando se reeleger e os ex querendo voltar. Para quem está no poder, a situação parece não estar muito boa em função de problemas com o caixa, que contribuem para uma queda de popularidade. Mas, como o resultado das urnas e da Justiça são sempre considerados imprevisíveis, a única certeza mesmo é que a disputa vai ser acirrada.
O PMDB deve ficar de fora da disputa. Apesar de cotado como pré-candidato, o deputado estadual Leonídio Bouças já comunicou ao partido que não deve entrar na briga. O PT ofereceu ao PMDB a vaga de vice-prefeito, tentando repetir a dobradinha da eleição passada. O atual é Paulo Vitiello, cuja mudança para o PDT para disputar a eleição chegou a ser defendida pelo grupo de apoiadores de Gilmar como estratégia para tentar garantir a ocorrência de um segundo turno.
No caso de Odelmo, o vice pode vir do PSDB ou do PSD. Entre os tucanos, os cotados para vice são Thiago Fonseca, que presidia o Sindicato Rural de Uberlândia, e o vereador Norberto Nunes. Mas as chances maiores para compor a chapa são do empresário Paulo Sérgio Ferreira (PSD), que foi secretário de Odelmo durante suas duas gestões e é tido como homem de confiança do ex-prefeito.
Também está na disputa o ex-secretário de Transportes e Trânsito de Uberlândia, exonerado em abril, Alexandre Andrade (PSB). A intenção do PSB, que em 2012 apoiou a eleição de Gilmar e até maio fazia parte do governo, é ser a terceira via da disputa. O partido deixou o governo depois de uma divergência sobre a exoneração de servidores comissionados em uma das pastas comandadas pelo PSB. Também deixaram o governo o PTC e o PTN.
COALIZÃO O prefeito de Uberaba, Paulo Piau (PMDB), vai ter de enfrentar uma coalizão de cinco partidos de oposição na sua tentativa de se reeleger. Articulado pelo ex-prefeito Anderson Adauto (PP), o bloco é formado pelo PP, PSB, DEM, PV e PSL. A intenção é construir uma chapa única para disputar com Piau, que também não enfrenta um bom momento na administração por causa de problemas de caixa. Cada partido indicou um nome e os candidatos a prefeito e a vice devem ser definidos nos próximos dias. O mais cotado para encabeçar a chapa é o próprio Adauto.
Para sair candidato, porém, o ex-prefeito precisa resolver uma pendência na Justiça. Ele foi condenado por improbidade administrativa por uso indevido de dinheiro público para promoção pessoal em um material publicitário distribuído no aniversário de Uberaba e enquadrado na Lei da Ficha Suja. Nas eleições de 2014, ele tentou disputar uma vaga de deputado federal, mas foi barrado pela lei. Caso não consiga vencer a batalha na Justiça, Adauto já tem um plano alternativo. Pretende indicar para cabeça de chapa sua mulher, Angela Mayrink, que foi secretária de Governo durante sua gestão (2005 a 2012).
Pelo PSB, o pré-candidato é o deputado estadual Antônio Lerin, que disputou o segundo turno das eleições com Piau em 2012. O advogado Públio Rocha foi a indicação do PV, enquanto os empresários Antônio Marques de Oliveira Neto e Antônio Carlos da Silva, o Carlão, postulam a candidatura a prefeito pelo DEM e pelo PSL, respectivamente.