São Paulo, 11 - Relatório da Polícia Federal de 375 páginas analisou milhares de mensagens trocadas pelo ex-presidente da Andrade Gutierrez Otávio Marques de Azevedo e interlocutores a partir do celular do empreiteiro. Em uma delas, de 22 de setembro de 2012, Guilherme Lacerda, então um dos diretores do BNDES, se refere ao tesoureiro do PT à época, João Vaccari Neto. A Federal investiga se Guilherme Lacerda intermediou propina ao PT.
Às 19h37 daquele dia, Lacerda escreve para Otávio Azevedo, então presidente da segunda maior empreiteira do País. "Otávio, o joao Vac me informa hoje que ainda não recebeu para encaminhar. Foi uma surpresa e já criei expectativas em vários lugares. Pf veja isso com urgência", pede o diretor do BNDES.
Azevedo responde às 19h45. “Guilherme estou saindo de Londres e chego amanhã. Fique tranquilo e mantenha suas promessas. Esta programação foi feita em conjunto com o JVC. Será feito na próxima semana. Abs.”
Guilherme Lacerda retorna ao presidente da Andrade no minuto seguinte. “Ok.”
O relatório da Polícia Federal é subscrito pelo agente Di Bernardi.
O agente da PF chama a atenção para outros textos recuperados . “Destacam-se mensagem com data de 10 de fevereiro de 2012 em que Guilherme Lacerda diz que precisa ouvir Otávio sobre “pendencia estádio internacional”. Em 6 de dezembro de 2012 pede a Otávio Marques Azevedo que mande o nome da pessoa do BTG que está cuidando da arena pois quer aprovar na 3ª (possivelmente se refere às obras do complexo Beira-rio, do Sport Club Internacional).”
Em 10 de fevereiro de 2012, às 16h51, Guilherme Lacerda escreve para o então presidente da Andrade. “Otávio, já to enfrentando ps. Pepinos lá da diretoria. Assumi e vc n tchan, heim? Mas brincadeiras a parte preciso ouvi lo sobre pendência estádio internacional. Retorne me qdo puder g lacerda.”
Quatro dias depois, o diretor do BNDES, às 20h34, insiste. “Preciso realmente falar com você!”