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Estado de Minas

Candidatos a vereador perdem espaço na propaganda eleitoral


postado em 12/07/2016 06:00 / atualizado em 12/07/2016 07:39

Acabou a temporada de bizarrices e risos na propaganda eleitoral em horário nobre. Protagonistas de muitas cenas engraçadas que costumavam fazem sucesso entre os telespectadores, nestas eleições os candidatos a vereador não terão mais os blocos de meia hora, duas vezes ao dia, três vezes por semana, para pedir o voto do eleitor. As novas regras eleitorais aprovadas pelo Congresso Nacional na minirreforma política limitaram os programas dos candidatos às câmaras municipais de todo o país a 28 minutos diários de inserções de 30 ou 60 segundos ao longo da programação das emissoras, entre as 5h e as 24h.


As alterações dividiram a opinião de entidades representantes das câmaras municipais e dos vereadores. Para a União dos Vereadores do Brasil (UVB), o fim da propaganda eleitoral tradicional é uma grande derrota para os candidatos, especialmente os novatos. “Para quem já está no poder e tem nome conhecido, não vai ser tão difícil. Mas e para quem está começando? Como ele vai se apresentar?”, questiona o presidente da UVB, Gilson Conzatti (PMDB), que é vereador em Iraí, no Rio Grande do Sul. Ao longo da discussão da reforma, a entidade tentou convencer os parlamentares a manter a regra anterior, mas não obtiveram sucesso.


O cientista político e diretor-executivo da Associação Brasileira das Câmaras Municipais (Abracam), Luiz Kirchner, pensa diferente. Para ele, a medida é positiva a partir do momento em que tornará as campanhas eleitorais mais baratas e colocará em igualdade de condições candidatos ricos e pobres – pelo menos no que diz respeito ao uso da ferramenta eletrônica.


Ainda de acordo com Kirchner, a regra fará com que os candidatos voltem a uma antiga estratégia para tentar vencer as eleições: gastar a sola de sapato. “Eles terão que andar mais, conversar mais com o eleitor. E para isso, terá que se capacitar melhor, conhecer as funções de um vereador e como representar o cidadão”, avalia o diretor da Abracam. Eles ainda terão que reforçar a distribuição dos tradicionais santinhos com o número que o eleitor deverá digitar na urna.


Reeleição Embora as duas entidades tenham posições contrastantes no que diz respeito ao fim da propaganda eleitoral, em um ponto elas convergem: os atuais vereadores poderão ter mais facilidade para se reeleger. Isso porque, além de já terem feito campanhas em outras eleições e conquistado a preferência do eleitorado, eles contam com os veículos de comunicação da própria câmara, como rádio e televisão.
Isso porque, embora eles não possam usar esses canais institucionais para pedir votos, eles aparecem em matérias institucionais tratando da atuação em comissões e plenário, por exemplo. “É lógico que será mais fácil para quem já é vereador”, opina Gilson Conzatti. Ele ainda arrisca que o fim do bloco televisivo voltado exclusivamente para os postulantes às câmaras municipais fará com que reduza o índice de renovação do Legislativo.


Para se ter uma ideia, nas últimas eleições, em média 60% dos vereadores que se candidataram foram reeleitos. “Pode até cair a renovação, mas pode acontecer o contrário também, em razão do desgosto e da aversão das pessoas à política”, rebate Luiz Kirchner.


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