São Paulo - Ao analisar milhares de mensagens do celular do ex-presidente da Andrade Gutierrez Otávio de Azevedo, a Polícia Federal encontrou mais um pedido de doações do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para seu correligionário Henrique Eduardo Alves (PMDB) no período em que o último era candidato ao governo do Rio Grande do Norte, em 2014.
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Os dados do celular de Otávio Azevedo reforçam as suspeitas sobre a atuação de Cunha junto a empreiteiros e que ele teria repetido o expediente de pedir apoio a Henrique Alves com outros empresários.
Em troca de mensagens no aplicativo Whatsapp em julho de 2014, o Cunha passa ao empreiteiro os dados da conta da campanha de Henrique Alves ao governo do Rio Grande do Norte. Oficialmente, a Andrade Gutierrez doou R$ 100 mil para a campanha do peemedebista, que foi derrotado nas eleições para governador naquele ano. O vencedor foi Robson Faria, do PSD.
Cunha também passa os dados de uma conta que seria do diretório do PMDB no Rio e um CNPJ que seria dele mesmo. Ao final das mensagens, que não têm resposta de Otávio, ele cobra "fez Henrique?". Apesar do silêncio, cerca de duas horas depois o empreiteiro encaminha os dados da conta de Henrique Alves para um outro executivo da Andrade.
Henrique Eduardo Alves é alvo de inquérito justamente pelas trocas de mensagens em que Cunha pede recursos para ele. Para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, as doações recebidas pelo ex-ministro do Turismo seriam, na verdade, propina.
Defesas
Henrique Alves vem negando envolvimento em irregularidades e diz que suas doações foram declaradas e legais. A reportagem telefonou para o celular do peemedebista, mas ele não atendeu.
"A Andrade Gutierrez mantém o compromisso de colaborar com a Justiça. Além disto, tem feito propostas concretas para dar mais transparência e eficiência nas relações entre setores público e privado", manifestou-se a empresa por meio de nota..