O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um parecer indicando que a renúncia do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ao cargo de presidente da Câmara não muda em nada a situação jurídica dele e a medida de afastá-lo do cargo.
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Para Janot, renúncia de Cunha não altera em nada sua situação jurídicaEx-aliado, Mansur renega Cunha em campanha para mandato tampãoCunha cobra, no WhatsApp, 'doação' para ex-ministro Henrique Eduardo AlvesAtleticano, Rodrigo Janot é homenageado com 'Galo de Prata' pelo Atlético Para Janot, direito ao esquecimento fere livre expressãoCunha participa de reunião de CCJ que analisa cassação do mandato dele Cunha fará defesa pessoal em duas horas de discurso na CCJEx-ministro de Dilma, Castro será o candidato do PMDB à presidência da Câmara"O réu, denunciado e investigado em vários feitos, por vários fatos gravíssimos em concreto, em face de medida cautelar penal menos gravosa que a prisão, está expressamente afastado do exercício parlamentar, seja na condição individual ou então como (até sua renúncia) Presidente da Câmara", destaca.
Para Janot, a decisão do STF deixou claro que o afastamento do deputado se refere não só ao cargo de presidente da Câmara, o qual renunciou, como também ao mandato eletivo. A medida o proíbe de frequentar a Casa, ocupar o gabinete e de abordar parlamentares.
Cunha só está autorizado a ir à Câmara para se defender formalmente do processo de cassação que enfrenta. "Se (Cunha) está afastado do exercício parlamentar, consequentemente é vedada sua participação de negociações (quaisquer que sejam) no âmbito (interno ou externo) do Parlamento relacionado às suas funções", destaca Janot.
O peemedebista renunciou à presidência da Câmara no último dia 7 de julho. Adversários apontam a decisão como uma manobra para que ele escape de ter o mandato cassado. O deputado deve participar da reunião da Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) da Casa nesta terça-feira.
O órgão vai discutir se é válida a decisão do Conselho de Ética em aprovar que Cunha deve perder o mandato. Um recurso da defesa foi apresentado pela defesa do peemedebista apontando ilegalidades no processo.
Cunha é alvo de onze procedimentos diferentes no STF. Há contra ele duas ações penais, uma denúncia, três inquéritos e dois pedidos de investigação só na Lava Jato. Também tramitam na Corte duas ações cautelares - uma que garantiu seu afastamento da Câmara e outro que pede sua prisão - e um inquérito sobre um esquema de corrupção descoberto em Furnas..