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Estado de Minas

Cunha diz na CCJ que seu processo é 'obviamente político'

A defesa do peemedebista terá 2h32 para se pronunciar. O tempo é o mesmo utilizado pelo relator do caso para apresentar o parecer


postado em 12/07/2016 16:19 / atualizado em 12/07/2016 19:26

(foto: Alex Ferreira / Câmara dos Deputados)
(foto: Alex Ferreira / Câmara dos Deputados)

O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) afirmou aos parlamentares da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que o julgamento a que está sendo exposto é um processo “obviamente político”. Disse que ele tem sido vítima por ter adotado pautas que tratam de assuntos polêmicos e que “incomodam muita gente”. Ele ainda colocou na conta da aprovação de sua cassação o fato de ter derrotado o candidato do PT na época em que foi eleito para presidência da Câmara. Cunha também negou que tenha mentido em relação à existência das contas no exterior, motivo da aprovação da cassação dele no Conselho de Ética. Durante sua fala, ele alertou os colegas sobre a possibilidade de no futuro serem alvo do mesmo tipo de processo. “Hoje, sou eu. É o efeito Orloff: Vocês, amanhã”.

“Obviamente meu julgamento é político. Um processo político que se dá pelo inconformismo que começou com relação a minha eleição, em primeiro turno, quando derrotei o candidato da presidente afastada, do PT, e derrotei também os candidatos apoiados pelas oposições e pelas pautas que foram por mim colocadas”, afirmou.

 

Ainda sobre as contas, ele afirmou que nunca negou a existência e a em nome de sua esposa, a jornalista Cláudia Cruz, não se trata de offshore ou trusts.

Em outro momento de sua fala, Cunha usou tom apocalíptico ao dizer que o drible as regras que estaria sendo feita para condená-lo, poderia, posteriormente, ser usada contra os parlamentares que hoje fazem o julgamento do caso dele. “Eu sempre entendi que não queria que fosse aplicado a minha o que não seria feito contra os outros. Mas, fiquem cientes, o que está acontecendo comigo pode atingir os senhores posteriormente”, anunciou. “Hoje, sou eu. É o efeito Orloff: Vocês, amanhã”, disse.

O presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PR-BA), que, mais cedo, disse que o longo período em que o caso de Cunha esteve no conselho foi provocado por manobras teve a fala rebatida pelo peemedebista. Para Cunha, Araújo “errava propositalmente” para “aparecer mais na mídia”. Em diversos momentos, ele fez críticas à tramitação do processo contra ele no conselho.

Antes de encerrar sua argumentação, Cunha disse que cabe à CCJ zelar para que o regimento da Câmara e, assim, evitar “absurdos” que possam ferir direitos. Disse ainda a tranitação da cassação dele só poderia ter sequência após ele ter o direito de voltar ao exercício do mandato. “É muito controverso se o processo poderia continuar com o meu mandato suspenso. Eu não estou no exercício do meu mandato. O processo deveria ser sobrestado até eu voltar ao exercício do meu mandato", declarou.

Cunha chegou ao colegiado pouco depois das 14h, acompanhado de seu advogado, Marcelo Nobre. Cunha e Nobre usaram todo o tempo destinado à defesa, que foi de duas horas e 32 minutos.

Derrota

 

Um dos fieis defensores de Eduardo Cunha tanto no Conselho de Ética quanto na CCJ, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), propôs em requerimento que a discussão do parecer do relator fosse adiado por 10 dias. A medida, no entanto, impôs a primeira derrotada de Cunha no colegiado da comissão. A proposta foi rejeitada por 40 votos contrários a ela e apenas 11 favoráveis. Houve uma abstenção.


Por volta das 19h20, o presidente da CCJ, Osmar Serraglio (PMDB-PR), comunicou o início da ordem do dia no plenário da Casa e encerrou os trabalhos da comissão. Outra sessão para continuar a discussão sobre o parecer de Cunha foi marcada para às 9h30 desta quarta-feira. 


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