Em tempos de cofres vazios nas administrações, a mesa diretora da Câmara de Belo Horizonte resolveu dar uma ajuda para equilibrar receitas e despesas e apresentou nessa quarta-feira (13) projeto de lei que proíbe o acúmulo da remuneração de vereadores, prefeito, secretários e adjuntos, com o pagamento de vantagem por participação em órgãos colegiados da administração municipal. Hoje, integrar um conselho – são 48 no total – pode significar um plus no salário que varia de R$ 1 mil até R$ 5 mil. E mais. Como é possível integrar vários deles ao mesmo tempo, a vantagem paga pode significar valores de até R$ 10 mil a mais nos salários.
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Transparência
Magalhães disse que não sabe informar quanto isso significa em valores de economia com essa nova investida de corte de gastos.
Caso aprovado, o projeto atinge em cheio o bolso do primeiro e segundo escalão da administração municipal, mas a justificativa da mesa para o corte não passa de seis linhas. “Este projeto de lei visa vedar a acumulação de vantagens remuneratórias por agentes políticos municipais de Belo Horizonte, em consonância com o previsto no artigo 39 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. A normatização se justifica para que a remuneração desses agentes políticos ocorra mediante subsídio fixado em parcela única, evitando-se a inclusão de vantagens remuneratórias opostas ao comando constitucional”, diz o texto. O projeto de lei é assinado por todos os integrantes da mesa diretora, além de Magalhães: Henrique Braga, 1º vice-presidente: Pablito, 2º vice-presidente; Coronel Piccinini, secretário-geral; Dr Nilton e Pelé do Volei, 1º e 2º secretários.
O projeto que estabelece o teto para o primeiro e segundo escalão do Executivo deve ser votado nos próximos dias já em segundo turno e, caso aprovado, será encaminhado para sanção do prefeito. Com o cofre vazio, o repasse do duodécimo à Câmara Municipal de Belo Horizonte – valor pago mensalmente pelo Executivo – despencou.