O juiz Sérgio Moro disse nesta quinta-feira que poderá concluir até o fim do ano a sua parte no julgamento dos casos da Operação Lava-Jato. Segundo ele, a maioria das empresas envolvidas nos processos sob sua responsabilidade já foi acusada ou julgada e, a menos que surjam novas provas, a investigação poderá ser encerrada em poucos meses.
Mas os processos contra políticos continuarão em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF), onde o ritmo de análise dos casos é mais lento, declarou Moro durante palestra no Brazil Institute do Wilson Center, em Washington. "No caso do mensalão, por exemplo, passaram-se seis anos desde o recebimento da acusação e o julgamento do caso (no STF)", afirmou o juiz. "Minha parte pode ser (encerrada) no fim ano, mas não posso dizer com certeza."
Moro defendeu limites ao foro privilegiado que dá aos políticos a possibilidade de serem julgados apenas por tribunais superiores - no caso de parlamentares, o STF. "O foro especial não está funcionando no Brasil", afirmou. Segundo ele, os idealizadores do instituto provavelmente imaginaram que haveria "um, dois ou três políticos" a serem julgados. Moro ressaltou que o Supremo está sobrecarregado de processos e não tem condições de julgar os casos com rapidez. Além disso, sua função primordial é a discussão de questões constitucionais.