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Estado de Minas

"Quero ser prefeito dos cruzeirenses também", diz Alexandre Kalil, pré-candidato a prefeito de BH

Ex-presidente do Galo diz que, se eleito, pressionará estado e União por mais verba


postado em 17/07/2016 06:00 / atualizado em 22/07/2016 14:28

O ex-presidente do Atlético, Alexandre Kalil,vai disputar a prefeitura da capital pelo PHS(foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
O ex-presidente do Atlético, Alexandre Kalil,vai disputar a prefeitura da capital pelo PHS (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
O ex-presidente do Atlético Alexandre Kalil se lançou pré-candidato à Prefeitura de Belo Horizonte pelo PHS, mas afirma em entrevista ao Estado de Minas que não quer ser político, quer apenas “cuidar de gente”. Isso inclui os eleitores do arquirrival Cruzeiro. Fiel ao seu estilo sem papas na língua, o empresário disse que não precisa manter relações políticas com os governos federal e estadual, mas gritar e exigir o que for necessário para a capital. Nem a Câmara Municipal terá vez. Se eleito, prometeu acabar com indicações de vereadores para cargos na PBH. Kalil disse ser o mais experiente dos pré-candidatos em gestão, pois é o único deles que ocupou um cargo máximo, sem chefe. Até pouco tempo representante do mundo esportivo, Kalil criticou os gastos com a Olimpíada e disse ter experiência em gestão.

Por que o senhor quer ser prefeito de BH?

Porque eu acho que posso contribuir. Encerrar um ciclo de vida governando a cidade onde nasci e morei a vida inteira, que meu pai, minha mãe e irmã nasceram. Quando o grupo veio atrás de mim, vi a possibilidade real de isso acontecer e acho que, se acontecer, vai ser um negócio muito bacana.

Qual é o principal problema de BH e como o senhor pretende resolvê-lo?

Cuidar de gente. É isso que nós temos que fazer: preocupar com o povo. Quando se fecha um posto de saúde, mesmo que ele não seja estadual ou municipal, é um negócio que dói na gente. Ninguém está preocupado em passar em cima de um viaduto, mas uma mãe com um filho no braço, deve doer muito não ter para onde levar. Isso me toca. O que o mundo deve focar é o tripé: saúde, segurança e educação. Não é estádio de futebol, não é hotel. Isso é concreto, é ferragem.

O que o senhor vai poder levar do futebol para uma eventual gestão na PBH?

Quem migra para o cargo eletivo é porque mostrou de alguma forma que sabe fazer e há um reconhecimento popular por isso. O futebol é uma coisa que toca muito as pessoas, é um reconhecimento do trabalho que foi feito. É aquela história, você cuidou de gente, cuidou do cara, do torcedor.

Mas na política ou na administração pública, o senhor é inexperiente...

Não. Até que dos candidatos sou o mais experiente. Já geri, não tive chefe, fui o cargo máximo e eles não foram. Nunca tive a quem recorrer, ninguém acima de mim. Então, de todos, sou o mais experiente em gestão. Posso não ter experiência política e nem quero ter. Não sou candidato a político, sou candidato a prefeito de BH. Isso não tem nada a ver com política.

Mas na PBH o senhor vai precisar de relação com a Câmara, com o governo, a Presidência, isso é política. Como pretende ter essa relação?
Não tenho que ter relação política, tenho que avisar ao governo federal que isso aqui existe, avisar ao governador que preciso de ajuda. O presidente da República tem de olhar para BH. Será que é política? Chegar lá e dizer: nós existimos, não queremos ver o Rio do jeito que está e nós do jeito que estamos. É inaceitável um país construir uma cidade daquela, um negócio de outro mundo, enquanto não temos dois palmos do metrô. Temos que começar a gritar. Botar a bundinha na sala do presidente e falar: ‘Olha, ele tem que me atender, eu sou o prefeito de BH’. Os senhores senadores e deputados vão ajudar BH porque nós vamos exigir e gritar.

Pelo jeito o senhor não vai ter papas na língua...
Todo mundo fala que não tenho papas na língua, mas isso é a indignação. Não vão fechar o posto de saúde pediátrico nem infantil na minha gestão. Vou lá e tranco o médico lá dentro, mas não deixo. Temos que acabar com o cabide de emprego, com meia dúzia de vereador mandando na cidade. Essa turma que faz isso pode começar a trabalhar contra mim, porque com isso eu vou acabar.

O senhor conta com o voto dos atleticanos?
Conto com o voto de todos. Quando fui presidente do Atlético, contava com os votos dos atleticanos, mas agora não, agora quero ser prefeito dos cruzeirenses e dos atleticanos. Agora, não vou mudar meu time do coração. Vou ser o prefeito atleticano. O Aécio foi o governador cruzeirense, o Juscelino prefeito e governador cruzeirense, o Tancredo o governador americano, o Fernando Pimentel é cruzeirense. Quero o voto de todos, mas continuo sendo atleticano.

O que o senhor vai dizer para convencer um cruzeirense a votar no senhor?
Acho que – e essa frase não é minha – o futebol é a coisa mais importante entre as coisas menos importantes. Dizia, quando presidente do Atlético, que quando você vê um menino de 22 anos morto por uma briga de torcida no chão, a última coisa que você pergunta é para que time ele torce. Para uma mãe com um filho no colo, você vai perguntar e dizer ‘você é atleticana pode entrar, você é cruzeirense pode ficar de fora’. Gosto muito de quando o papo é futebol. Quando o papo é tiro, assalto, botar revólver na cabeça, matar, não ter como andar, não ter saúde, aí não tem papo, não tem time. O problema é tão grave que o futebol sai pelo ralo.

Da última vez que o senhor foi candidato a deputado, começou a fazer campanha e desistiu. Desta vez vai até o fim?
Vou, minha campanha é irreversível. Porque no molde das campanhas antigas você precisava de caciques e muito dinheiro. Isso acabou. Agora a campanha mudou, a campanha é do povo, quem vai doar é o povo. E o povo está esperando que seja retribuído.

Onde o senhor vai buscar dinheiro?
Da doação oficial da pessoa física que vai vir. Vamos abrir uma conta, fazer igual a todo mundo. Não tem mais as grandes empresas, até porque os que davam dinheiro estão presos. Não tem jeito de ir lá pedir em Curitiba. Temos que ir buscar agora no varejo. A vantagem é que não é uma campanha milionária, é uma campanha de doação espontânea.

A BH DE KALIL

Uma recordação de infância ...
Av. Bernardo Monteiro com Domingos Vieira, onde minha vó morava, nós jogávamos bola ali

Um lugar ...

Praça da Liberdade

Uma comida ...
A esfirra e o charutinho que faço

Uma imagem ...
Na morte do Tancredo, tinha 20 e poucos anos, estava com meu pai no Palácio da Liberdade onde ele foi velado, eu na sacada vendo aquela multidão na Praça. Nunca apaguei aquela imagem da minha cabeça

Um lazer ...
Meu sítio na Pampulha com meus filhos


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