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Estado de Minas

PT e PSDB tentam barrar alianças entre as legendas para a eleição de outubro

Em Minas, prefeitos e vices ameaçam recorrer à Justiça


postado em 17/07/2016 06:00 / atualizado em 17/07/2016 06:25

(foto: Ilustração/ Quinho)
(foto: Ilustração/ Quinho)

Se o histórico da relação política entre PT e PSDB sempre foi de embate, com a aprovação da abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) – que teve como um dos principais defensores os tucanos –, tende a piorar. Até mesmo nos municípios onde os dois partidos se uniram nas eleições de 2012, a reedição das alianças está ameaçada. Para se ter uma ideia, na última disputa, tucanos e petistas estiveram na mesma coligação em 105 municípios de Minas Gerais. Em 11 cidades, elegeram uma chapa de prefeito e vice com membros dos dois partidos.

E a pouco menos de um mês para o registro das chapas na Justiça Eleitoral – o prazo é 15 de agosto – ainda não se sabe se será possível reeditar as polêmicas dobradinhas. O PT aprovou resolução em que veta alianças com legendas que votaram a favor ou apoiaram publicamente o impeachment de Dilma Rousseff. E as chapas só poderão ser oficializadas no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) depois do aval da direção estadual. No PSDB, um texto estabelece que a composição das chapas deve refletir a “unidade nacional” e resguardar os aliados “em nível nacional”.

Não é esse o caso de Itabirinha, no Vale do Rio Doce. O prefeito Edmo Cesar Feliciano Reis (PSDB) e o vice Joaquim de Oliveira (PT) acompanham de longe as brigas entre tucanos e petistas no plano nacional e tentam convencer as direções de seus partidos a liberarem a aliança na cidade. “Temos uma ótima relação, conseguimos muita coisa para a cidade a partir dessa parceria. Mas estamos tendo resistências porque a orientação dos partidos é não fazer esse tipo de aliança. Com o impeachment, piorou muito a situação”, lamenta Edmo Reis.

Segundo o prefeito, ele já teve uma primeira conversa com a direção do PSDB, mas ainda não obteve a autorização para fechar a dobradinha com o PT. A informação da legenda é que se a convenção aprovar a aliança, poderá haver até intervenção. Caso não seja possível concretizar a chapa, os candidatos admitem que um deles poderá abrir mão da disputa em beneficio do outro. Em Rio Vermelho, na Região Central, essa hipótese não existe. Se os atuais prefeito e vice forem impedidos de repetir a aliança nas eleições deste ano, a solução será recorrer à Justiça.

“Estamos coligados desde 2008 e se eles (direção dos partidos) resistirem vamos para a Justiça. Há uma diferença dos partidos nos municípios, cada um tem uma realidade. Por que temos que separar se a briga nos partidos é nacional?”, argumenta o prefeito Djalma de Oliveira (PSDB), que administra a cidade ao lado do vice, José Afrânio Aguiar (PT). Na avaliação do tucano, como na cidade os partidos são comandados por diretórios municipais – e não comissão provisória –, têm mais autonomia para tomar decisões, e portanto é mais difícil qualquer tipo de intervenção.

Autorização

Em São Félix de Minas, no Rio Doce, desde as eleições de 2000, PT e PSDB se revezam nos cargos de prefeito e vice. Mas para a disputa deste ano, as legendas não pretendem desrespeitar as resoluções de seus partidos. Atualmente, a prefeitura está com Juraci Braz de Souza (PSDB) e Cláudio Belmiro de Assis (PT). Ainda não estão definidos os candidatos na cidade, mas o tucano sabe que não será candidato. O PT estuda indicar o atual vice para a cabeça de chapa. “Na primeira vez que o PSDB e PT fizeram aliança, tivemos que ir até São Paulo pedir autorização à executiva”, recorda Juraci Braz.

Em outubro, os tucanos deverão apoiar a candidatura do ex-prefeito Wanderley Vieira – que já foi do PT e agora está filiado ao DEM. Um nome do PR foi indicado para compor a chapa como vice, e tem o apoio do PSDB local. O prefeito garante que a decisão de não se aliar ao PT não tem nenhuma relação com o embate nacional entre as legendas. “Aqui mantemos uma boa relação. Na política regional, um candidato é escolhido pelo seu nome, e não pelo partido”, afirma.


Outra cidade que tem o comando de petistas e tucanos é São Thomé das Letras. Marisa Maciel de Souza (PT) e Tião Benedito (PSDB) terminam o primeiro mandato em 31 de dezembro e ainda discutem a possibilidade de reeditar a parceria. “Vamos conversar ainda, pois existem outros partidos na aliança e ainda vamos fazer a convenção”, explica. Marisa conta que ainda não recebeu qualquer orientação de seu partido sobre as eleições, mas não acredita em interferência da direção estadual. “A posição em nível estadual e federal não é a mesma em nível municipal”, completa.


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