São Paulo - Em mais um inquérito, da longa série de investigações da Operação Lava-Jato, a Polícia Federal indiciou o dono da empresa Jaraguá Equipamentos Industriais, Álvaro Bernardes Garcia, por organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção ativa. Este inquérito da PF apurou a transferência de R$ 1.941.944,24 da Jaraguá para a MO Consultoria e Laudos Estatísticos Ltda., empresa de fachada do doleiro Alberto Youssef, e para a Sanko Serviços de Pesquisa e Mapeamento Ltda., "a fim de que fosse dissimulado o pagamento de vantagem indevida".
Também foram indiciados, pelos mesmos crimes atribuídos a Álvaro Garcia, os executivos ligados à Jaraguá, Wagner Othero, Ricardo Pinto Korps e Nasareno das Neves e o doleiro Youssef. A PF impôs ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa os crimes de organização criminosa e corrupção passiva, ao executivo da Sanko Sider, Márcio Bonilho, organização criminosa e lavagem de dinheiro, e aos empresários Waldomiro de Oliveira e Antônio Almeida da Silva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
"Wagner Othero, Ricardo Pinto Korps e Nasareno das Neves foram citados pelos colaboradores como seus contatos na empresa, tendo atuado Ricardo Pinto Korps e Wagner Othero, assinando documentos, diretamente na autorização de transferências bancárias", aponta a PF.
Ouvidos pelos federais, Othero, Korps e Nasareno das Neves afirmaram "que as decisões da empresa eram tomadas, em última instância, por Álvaro Bernardes Garcia, sendo ele o responsável, inclusive, por autorizar os pagamentos que são objeto da presente investigação policial".
A PF identificou quatro transferências feitas pela Jaraguá - duas para a MO Consultoria e duas para a Sanko Sider. Para a empresa de Alberto Youssef teriam sido repassados R$ 973.718,87, em 19 de abril de 2011, e R$ 968.225,37 em 5 de dezembro de 2011. Segundo a Federal, dois pagamentos de R$ 938,5 mil foram feitos para a Sanko Sider, em 22 de março de 2012 e em 12 de junho do mesmo ano.
A reportagem fez contato com a Jaraguá Equipamentos por telefone e e-mail na sexta-feira, 15. O espaço está aberto para manifestação.
Defesa
o criminalista Luiz Flávio Borges D’urso, defensor do empresário Márcio Bonilho, divulgou nota sobre o assunto. "Esse indiciamento nos parece impróprio na medida em que o sr. Márcio Bonilho não praticou nenhuma ilegalidade, conforme se verificará ao final das investigações. O sr. Márcio Bonilho não recebeu nenhuma intimação para se manifestar sobre essa situação. Naturalmente, se for intimado estará à disposição da Polícia Federal, da Procuradoria e da Justiça", diz o texto.