Brasília – Um dia depois de dizer que acredita que o futuro do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) já está definido pela cassação, o novo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que o processo poderá ir a plenário só a partir da segunda semana de agosto. Maia explicou que a votação na primeira semana de agosto poderá ser difícil por causa das convenções eleitorais das disputas municipais, mas que irá acertar com os líderes a melhor data para apreciação do processo no plenário da Casa. “Na primeira semana de agosto, eu acho difícil, mas a partir da segunda é possível. Só não quero marcar data porque, se não tiver quórum, vão ficar me cobrando que adiei a votação. Vamos ter uma noção, na primeira semana, de qual é o quórum, para dar uma data objetiva desse assunto”, disse.
Para que Eduardo Cunha perca o mandato é necessário que 257 deputados votem a favor do relatório aprovado no Conselho de Ética que pede a sua cassação. O peemedebista é acusado de quebrar o decoro parlamentar por ter dito à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, no ano pasado, que não tem contas bancárias no exterior. Cunha foi denunciado posteriormente pela Procuradoria-Geral da República por usar suas contas na Suíça para depositar dinheiro obtido de propina em contratos da Petrobras.
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Segundo Maia, a expectativa também é de que na primeira quinta-feira de agosto seja discutido o projeto que retira a obrigatoriedade de atuação da Petrobras como operadora única de todos os blocos contratados pelo regime de partilha de produção em áreas do pré-sal. Ele voltou a ressaltar também que caso a equipe econômica do governo envie, no segundo semestre, ao Congresso, proposta prevendo aumento de impostos, ele não deverá colocá-la para votação.