A empresária Mônica Regina Cunha Moura, mulher e sócia do publicitário João Santana - marqueteiro das campanhas de Lula e Dilma, entre 2006 e 2014 -, disse ao juiz federal Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, que está disposta a colaborar com a Justiça, mas só o fará com "acordo assinado".
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Contudo, não quis responder sobre os depósitos e pagamentos da Odebrecht que fazem parte de outra ação penal - referente ao Setor de Operações Estruturadas da empreiteira, conhecido como "Divisão de Propinas".
"Excelência, sobre isso prefiro falar no outro processo. Como eu disse estou disposta a falar, a colaborar com a Justiça, inclusive mediante acordo com a Justiça. Pretendo falar tudo sobre isso, não quero me furtar a falar nada, nenhuma informação mas no outro processo."
Mônica Moura foi categórica ao dizer na audiência que o caixa dois é uma prática corriqueira nas campanhas eleitorais. "Caixa dois nunca deixou de haver."
Ela disse que Vaccari avisou que Zwi Scornicki iria ter que parcelar o pagamento relativo à dívida de campanha de 2010.
Ao final da audiência, ela desabafou. "Nunca soubemos de Mensalão, de propinas na Petrobras. Somos publicitários, nunca recebi propina, sempre recebi pelo meu trabalho.