“Para nós não tem PAC, tem parcerias.” O anúncio feito pelo secretário-executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do governo interino de Michel Temer, Moreira Franco, logo na primeira semana de gestão, jogou por terra a expectativa de centenas de comunidades mineiras que aguardam a chegada de serviços básicos na porta de suas casas. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) – bandeira dos governos petistas que está praticamente paralisado há dois anos por causa da queda de arrecadação – foi descartado pela nova administração, que quer dar uma cara própria aos futuros investimentos. Em Minas Gerais, são 147 obras de infraestrutura básica em fase de preparação que devem continuar na fila de promessas não cumpridas pelo poder público.
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Temer reúne ministros e parlamentares para discutir infraestruturaPrograma do governo Temer vai tentar atrair investimentos privados para obras de infraestruturaLevantamento mostra que 91,5% das prefeituras em MG têm gestão fiscal difícil ou crítica Governo federal planeja realizar pequenas obras em MinasFalta de saneamento básico e poeira ainda são rotina na Região Metropolitana de Belo HorizonteNa Grande BH, as obras incluídas na segunda etapa do PAC e que estão em compasso de espera até hoje se espalham por bairros de várias classes sociais. Em Casa Branca, distrito de Brumadinho, entre os condomínios de luxo e tradicionais pousadas da região, cinco ruas foram incluídas no programa para receber asfalto há três anos, mas continuam em terra batida.
SEM DINHEIRO A prefeitura negou o desentendimento com o vereador e informou por meio de nota que as ruas “foram colocadas no programa em 2013, em conjunto com várias outras vias do município de Brumadinho, mas não foram liberadas intervenções nestas regiões pela Caixa Econômica Federal por não atender a quesitos obrigatórios, como número mínimo de moradores”, diz a nota. A prefeitura informou ainda que “aguarda uma melhora na situação financeira do município para que as obras sejam realizadas”.
O site do PAC, em que são detalhados os andamentos das obras, está desatualizado desde maio, quando a presidente Dilma Rousseff (PT) foi afastada do cargo. Segundo o Ministério das Cidades, órgão responsável pela maioria das obras do programa, “a maior parte das obras ainda não teve termo de compromisso assinado devido a diversas pendências a serem sanadas que impedem a formalização dos contratos”. Procuradas pela reportagem para se posicionar sobre o futuro das obras que integravam o PAC, a Presidência da República e a Secretaria de Parcerias e Investimentos não se manifestaram..