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Segundo o Palácio do Planalto, o núcleo de infraestrutura terá prazo de 20 dias para apresentar quantas obras inacabadas podem ser reiniciadas com viabilidade para serem rapidamente finalizadas. O conjunto de obras atinge todas as áreas, apesar de pequenas. Na lista estão milhares de obras voltadas para o saneamento básico, pavimentação de ruas, melhorias em rodovias, aeroportos e ferrovias.
“Todas as obras de até R$ 10 milhões serão objeto de avaliação para a retomada. Obras que não têm licença, que foram embargadas e as que não tiveram impedimento serão retomadas para a conclusão, de forma que se reduza de maneira significativa o número de obras que estão se deteriorando pelo país”, disse o ministro do Planejamento Dyogo Oliveira, após deixar a reunião com Temer.
Segundo ele, se todas as 2 mil obras tiverem viabilidade técnica para conclusão, o gasto do governo será de R$ 2 bilhões. No entanto, Oliveira afirmou que não há um prazo geral para a retomada ou conclusão das obras, porque cada obra tem um cronograma próprio. A escolha do presidente interino por começar com obras de menor valor seria porque elas “agregam mais movimento ao comércio local”, informou o ministro.
Já obras de grande porte que também sofrem com paralisações – como a duplicação da BR-381 e a reforma do Anel Rodoviário de Belo Horizonte, antigas reivindicações da população mineira – serão analisadas posteriormente pelos ministérios para que o governo apresente uma lista de prioridades para retomadas de investimentos no futuro.
Abandono total
Na primeira semana de governo Temer, o secretário de Investimentos e Parcerias, Moreira Franco (PMDB), afirmou que a falta de recursos nos cofres públicos federais obrigaria o governo a buscar parcerias para que as obras de infraestrutura não ficassem completamente paralisadas. Ele descartou os investimentos por meio do PAC, uma vez que o governo não teria verbas disponíveis. “Para nós não tem PAC. Tem parcerias”, afirmou Franco.
A posição do ministro acendeu o sinal amarelo para centenas de comunidades que aguardavam o início ou a conclusão de obras de saneamento básico que estavam previstas no programa, mas que sofriam com atrasos e cancelamentos nos últimos dois anos. Em vários bairros e distritos da Região Metropolitana de Belo Horizonte, a população se mobiliza para cobrar, por meio de redes sociais e até pedidos na Justiça, uma definição do governo federal sobre o andamento das obras. (Com agências)