De olho no voto dos senadores considerados indecisos em relação ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, que será votado definitivamente em agosto, o presidente interino Michel Temer intensificou conversas com parlamentares. Na segunda-feira (25), o senador Eduardo Braga (PMDB-AM), ex-ministro da gestão petista, participou de reunião com Temer no Palácio do Planalto. Oficialmente, o encontro ocorreu para tratar de assuntos relativos ao Orçamento de 2017. Nos bastidores, circula a informação de que Braga teria decidido votar a favor do impedimento da petista.
Leia Mais
Grupos adiam ato pró-impeachmentDefesa de Dilma pede para adiar entrega de alegações finais sobre impeachmentComissão do impeachment vai conceder mais um dia de prazo para defesa de DilmaA assessoria de imprensa de Braga confirmou o encontro com o presidente interino, mas informou que o senador ainda não decidiu tornar público o seu voto sobre o afastamento definitivo de Dilma Rousseff.
Petistas ouvidos reservadamente pelo Correio comentaram que não contavam com o voto de Braga. No entanto, avaliaram que o movimento articulado com Temer pode virar o voto do senador Omar Aziz (PSD-AM), aliado do governador José Melo. A nova oposição avalia que o cenário para a presidente afastada ainda é bastante difícil.
Na primeira votação do Senado, houve 55 votos favoráveis à admissibilidade do processo de impedimento e 22 contrários. Para voltar ao poder, a presidente precisa fazer, no mínimo, 28 votos. Dessa maneira, se for considerado o quórum cheio de 81 senadores, os governistas ficariam no máximo com 53 votos e não atingiriam os dois terços necessários para o afastamento definitivo.
Até lá, Dilma deve soltar uma carta ao povo brasileiro.