São Paulo - Um dia depois das 81 demissões no Ministério da Cultura, o ministro Marcelo Calero voltou ao Facebook para se manifestar sobre o assunto. "Na tentativa desesperada de construir uma narrativa política, o pessoal raivoso insiste na tese estapafúrdia do "desmonte" do MinC", escreveu, em sua página oficial, nesta quarta-feira, 27.
Leia Mais
Ministério da Cultura exonera 70 funcionários de uma vezPolícia libera prédio do Ministério da Cultura no Rio após 70 dias de ocupaçãoDilma diz à Time 'ter convicção' de que conquistará votos contra o impeachmentDiscordâncias no PT atrasam Carta aos Brasileiros de DilmaImpeachment: Dilma entrega hoje defesa com alegações finais TSE envia ao STF novos indícios de irregularidade na campanha de Dilma em 2014Nessa terça-feira, 26, o MinC demitiu 81 funcionários ligados a diversas diretorias e instituições importantes de sua estrutura. As exonerações geraram críticas entre representantes do setor, que demonstrou forte resistência ao governo do presidente em exercício Michel Temer.
De acordo com o ministério, as demissões fazem parte da "reestruturação da pasta e do plano de valorização dos servidores de carreira" e atendem a "uma demanda da sociedade civil por uma gestão republicana", na qual os servidores concursados ocupariam os cargos de chefia. Oswaldo Massaini Filho foi confirmado como novo coordenador-geral da Cinemateca (ele não é servidor de carreira).
Calero ainda disse nas redes, nesta quarta-feira: "Desmonte, para mim, é uma gestão irresponsável e incompetente, que para além de preencher mais da metade dos cargos de confiança por apadrinhados políticos, permite que o orçamento do Ministério seja reduzido a míseros 400 milhões de reais - o menor da Esplanada - e deixa como legado uma dívida de mais de 1 bilhão de reais, incluindo inúmeros editais e fornecedores não pagos. Isso é desmonte."
Juca Ferreira, ex-ministro da Cultura na gestão Dilma, afirmou na terça-feira, 26, que as demissões comprometem a "capacidade de funcionamento" do ministério. "É uma tentativa malandra de cativar os funcionários de carreira com essa decisão superficial", afirmou Ferreira, que classificou como uma "canalhice" a crítica do ministro ao que chamou de "aparelhamento" do MinC.
"O senhor Calero não está preparado para ser ministro da Cultura. Ele não sabe para onde o vento sopra.