Um grupo de cerca de 30 dissidentes do PSB, partido do prefeito Márcio Lacerda, anunciou ontem apoio à candidatura do deputado estadual João Leite (PSB) à Prefeitura de Belo Horizonte. Em manifesto lido na sede do PSDB da capital, o grupo informou que não vai apoiar à candidatura de Paulo Brant (PSB), escolhido por Lacerda para ser o candidato do partido. “Respeitamos todos os candidatos à PBH, mas o projeto político chefiado pelo atual prefeito tendo como testa de ferro o empresário de Diamantina, Paulo Brant, é um modelo excludente que não encontra ressonância em nossa cidade, segregando até mesmo a pluralidade do partido que supostamente representam”, afirma o texto se referindo à cidade natal de Brant, diretor-presidente da Cenibra - Celulose Nipo-Brasileira desde abril de 2010.
Muitos dos dissidentes já atuaram ao lado de João Leite quando ele foi filiado ao PSB. Em 2004, quando disputou a prefeitura de Belo Horizonte pela segunda vez, contra o hoje governador Fernando Pimentel (PT), João Leite era do PSB, legenda que deixou no ano seguinte para ingressar no PSDB. O candidato Leite comemorou o apoio e garantiu que outros integrantes do seu antigo partido também vão ingressar na campanha nos próximos dias.
No encontro os integrantes do PSB reclamaram da forma como foi conduzida a indicação de Brant como candidato. Segundo Francisco Bispo, filiado ao PSB há três décadas, a escolha de Brant foi uma decisão do “prefeito e do grupo dele”. “Não fomos consultados”, reclamou.
Segundo ele, 90% da militância histórica do partido não vai fazer campanha para Brant. O ex-secretário geral do partido, Henrique Barreto, disse que os dissidentes não pretendem deixar a legenda, apesar do risco de sofrerem alguma punição. Ele disse que o estatuto da legenda permite que os filiados se licenciem por três meses, mas que a maioria não pretende pedir o afastamento temporário para fazer campanha para outro candidato.
Uma das reclamações do grupo foi a substituição do nome do ex-secretário de Obras, Josué Valadão (PSB), pelo de Brant. Um dos principais assessores do prefeito, Valadão era um dos principais cotados para ser candidato, mas acabou preterido pela indicação de Brant, cujo nome foi considerado mais viável politicamente pelo grupo de Lacerda.
O desejo desse grupo era uma composição que envolvesse João Leite e Valadão. O prefeito até que tentou uma composição com o PSDB, mas ela não vingou em função de divergências sobre quem deveria indicar o cabeça da chapa. Os tucanos reivindicam o direito de indicar o candidato a prefeito, tendo o PSB como vice e o PSB também postulava essa composição.