Brasília - A presidente afastada Dilma Rousseff ainda não divulgou a prometida Carta aos Brasileiros porque seus apoiadores divergem sobre o tom da mensagem. A avaliação é que, se houver chance de derrotar o impeachment, Dilma acenará para a manutenção da equipe econômica de Michel Temer. Caso o afastamento seja considerado "favas contadas", porém, o documento trará apenas diretrizes à esquerda.
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Cristovam votou a favor do impeachment, mas tem dado sinais contraditórios sobre o que pretende fazer no julgamento definitivo. Ele é um dos que defendem a permanência de Henrique Meirelles na Fazenda.
A Carta aos Brasileiros - ou à Nação - foi planejada há dois meses para ser uma espécie de "programa da volta" de Dilma. Divergências sobre seu conteúdo, porém, atrasaram a divulgação e até hoje não se sabe se Dilma vai respaldar a proposta de plebiscito para antecipar as eleições presidenciais. "Ninguém da Executiva do PT conhece essa carta, que deveria ser discutida conosco", disse o secretário de Formação Política do partido, Carlos Henrique Árabe.
Divisão
Nos bastidores, o PT também vive o conflito entre os que querem começar a construir o "pós-Dilma" sem virar totalmente as costas para o Planalto e os que pregam oposição radical a Temer. "Esse jogo de aceitação do golpe é o que pode dividir o PT", disse Árabe. "Duvido que a parte do PT que deseja se conciliar com Temer deixe isso claro. Tentará esconder, apesar de ter votado em Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a presidência da Câmara." .