A Polícia Federal (PF) indiciou 20 investigados na Operação Turbulência, um deles indicado como operador de propinas para o senador Fernando Bezerra (PSB-PE) e para o falecido ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB). Apontados como compradores do avião Cessna que vitimou o ex-candidato à Presidência da República em 2014, os empresários João Carlos Lyra Mello Filho, Eduardo Freire e Apolo Santana Vieira foram indiciados por organização criminosa, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, de acordo com relatório da PF.
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O inquérito policial aponta que “restou clara a atuação do investigado João Carlos Lyra na condição de operador financeiro de numerários recebidos clandestinamente para abastecer ou pagar dívidas decorrentes da campanha eleitoral do falecido ex-governador Eduardo Campos”. O Inquérito 4005 do STF diz que sobrepreços em contratos na refinaria da Petrobras Abreu e Lima praticados pela empreiteira Camargo Corrêa eram “destinados provavelmente ao pagamento de dívidas de campanha do então governador Eduardo Campos à reeleição”, em 2010. Lyra foi reconhecido por ex-funcionários da construtora como “a pessoa encarregada de entregar a propina devida por aquela empreiteira ao ex-governador Eduardo Campos e ao senador Fernando Coelho”. No STF, apura-se a “possível interferência” do senador perante “operadores do esquema de pagamento de propinas a partidos políticos decorrentes de contratos com a Petrobras, visando a obtenção da ajuda ilícita à campanha de seu então correligionário”.
Bens confiscados
Os investigados negam as acusações.
A assessoria de Bezerra destacou, ontem à noite, que ele “não é investigado na Operação Turbulência e ratifica o que afirmou no mês de junho: que não foi coordenador de nenhuma campanha de Eduardo Campos”. Naquele mês, o senador disse ainda que a apuração em Recife contraria “frontalmente” depoimentos no inquérito a que responde no STF. A advogada de Eduardo Freire, Ludmila Groch, disse que seu cliente nega os crimes, mas que não comentaria o caso. O defensor de Apolo, Ademar Rigueira, não foi localizado, assim como os demais indiciados..