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Executivo da Odebrecht sugeriu mudança para países sem cooperação com BrasilExecutivo da Odebrecht queria barrar colaboração de Antígua, diz delatorMoro homologa delação de executivos do 'banco da propina' da OdebrechtGerente liga setor de propina a Marcelo OdebrechtJosé Serra recebeu R$ 23 milhões da Odebrecht, diz jornalOs dados constam em pedido de quebra de sigilo de empresas que, segundo o MPF, são suspeitas de escoar a propina da Mendes Júnior. Somente da Mendes Júnior, o escritório Tacla Duran Sociedade de Advogados, entre 2011 e 2013, recebeu R$ 25 milhões. Da UTC foram R$ 9 milhões e da EIT outros R$ 2 milhões.
A reportagem apurou que no caso da Mendes Júnior, os repasses ao operador são explicados na proposta de delação premiada em negociação com a Procuradoria-geral da República. Os valores seriam destinados a agentes públicos envolvidos em irregularidades em obras da Petrobrás e no governo do Rio de Janeiro.
Até então, os investigadores tinham conhecimento apenas da atuação de Tacla Duran em transações envolvendo as contras secretas da Odebrecht. Com a quebra de sigilo das construtoras, os investigadores descobriram que duas empresas de TaclaDuran foram beneficiárias de pagamentos milionários de investigadas na Lava Jato.
O advogado foi citado na delação de Vinicius Veiga Borin - executivo dos bancos Antigua Overseas Bank (AOB) e Mein Bank - como um dos responsáveis por criar e operar offshores da Odebrecht. De acordo com Borin, Tacla Duran era responsável por um grupo de offshores utilizadas para operacionalizar os pagamentos efetuados pelo Departamento de Operações Estruturadas - nome oficial da central de propinas da empreiteira, segundo os investigadores da Lava Jato.
O Departamento de Operações Estruturadas foi alvo da 23.ª etapa da Lava Jato, que levou à prisão do marqueteiro João Santana, sua mulher e sócia, Mônica Moura, além do próprio Borin. Foi a partir da Operação Acarajé - assim batizada em referência a um dos nomes usados nas planilhas da contabilidade paralela da Odebrecht para propinas - que a força-tarefa da Lava Jato chegou ao núcleo dos pagamentos ilícitos da empreiteira.
Além da Odebrecht, Mendes Júnior, UTC e EIT, o MPF também mapeou a relação de Tacla Duran com ao menos outras duas empreiteiras e dois operadores presos pela Lava Jato. A Treviso, de Julio Camargo, operador da Toyo Setal e atualmente delator, repassou R$ 350 mil para o escritório do advogado.
Por sua vez, outra empresa de Tacla Duran, a Econocell do Brasil, repassou R$ 3,5 milhões para empresas de Adir Assad, apontado como operador da Delta Engenharia e de outras construtoras.
Em relatório sobre as empresa de Tacla Duran solicitado pelo MPF, a Receita Federal aponta que "são fortes os indícios de participação" de Rodrigo Tacla Duran "no desvio e lavagem de dinheiro oriundo da corrupção apurada pela Operação Lava Jato, inclusive seu envolvimento com outros operadores deste esquema, como Adir Assad e Alberto Youssef".
Defesas
Rodrigo Tacla Duran não foi encontrado no contatos disponíveis de seu escritório.