Brasília, 28 - A Comissão de Ética Pública da Presidência da República concedeu autorização para mais 27 integrantes do governo da presidente afastada Dilma Rousseff receberem a quarentena. Entre os que a comissão entenderam que há conflitos de interesses e que eles devem continuar recebendo o salário integral, por até seis meses, sem poder trabalhar em outros lugares está o ex-ministro Juca Ferreira e o ex-sub-chefe de assuntos jurídicos da Casa Civil, Jorge Rodrigo Araújo Messias, o "Bessias", que ganhou fama com a quebra de sigilo de Dilma em uma conversa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pelo juiz Sérgio Moro.
Assim como ex-assessor especial da presidente afastada Dilma Rousseff, Giles Azevedo, que também obteve a quarentena, Messias continua ao lado de Dilma e trabalha com ela no Alvorada durante o período de seu afastamento. Atualmente, Messias exerce o cargo de assessor especial da presidente afastada. Segundo pessoas próximas ao ex-sub-chefe da Casa Civil, a consulta a Comissão já estava tramitando anteriormente e o assessor de Dilma não pretende deixar o atual cargo até que o processo de impeachment seja concluído. Assim, ele não vai requerer o cumprimento da quarentena.
Quando foi anunciada a autorização para Giles Azevedo, o presidente da Comissão de Ética, Mauro Menezes, afirmou que, com a quarentena, ele não poderia mais trabalhar "formal ou informalmente" para a presidente afastada. Ele ponderou que o ex-assessor especial não estaria suspenso de atividades políticas, já que isso é um direito de "qualquer cidadão".
Também conseguiu o direito ao benefício o ex-diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Tony Volpon, que foi exonerado do cargo no dia 7 de julho. Em seu lugar, o presidente em exercício nomeou Tiago Couto Berriel.