Apesar da sinalização do Comitê Olímpico Internacional (COI) de que agirá “com bom senso” caso haja manifestações políticas, seja com cartazes, bandeiras ou outros símbolos, dentro das arenas olímpicas, a preocupação das autoridades brasileiras com protestos é grande. A Frente Brasil Popular e o Povo Sem Medo marcaram um grande ato para o centro do Rio em 5 de agosto, data de abertura da Rio 2016. “Vamos fazer outros movimentos ao longo dos jogos protestos no Rio e em outras cidades. E estamos estudando manifestações também dentro das arenas”, confirmou ao Correio o presidente do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos.
Leia Mais
Câmara aprova MP sobre controle de dopagem e medidas tributárias para OlimpíadasMinistro da Defesa diz que preocupação inicial é com as OlimpíadasAcirramento político e protestos contra o governo não afetarão OlimpíadasPaíses que participam da Olimpíada do Rio enfrentam turbulências internasTemer diz a jornal que está 'preparadíssimo' para vaias na abertura da OlimpíadaCidades sedes de jogos, Brasília, Salvador e Rio de Janeiro tentam impedir que policiais civis e militares e também funcionários, como os metroviários, interrompam as atividades em meio ao megaevento esportivo. Ontem, metroviários do Rio discutiram as condições para que os funcionários não entrem em greve. Em nota, o Metrô Rio afirmou que a empresa “está empenhada para que a negociação salarial em curso seja concluída de forma satisfatória para os trabalhadores, conforme ocorreu nos anos anteriores”.
As áreas de inteligência e segurança do governo federal já identificaram ameaças. O governo manterá o monitoramento de movimentos sociais e, se identificar que alguns dos protestos podem ameaçar a segurança dos Jogos, haverá tratamento policial.
Tocha
Ontem, o secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, afirmou que o esquema de segurança do revezamento da tocha olímpica foi avaliado, depois de ela ter sido apagada durante a passagem por Angra dos Reis. Segundo ele, a secretaria tem a leitura de que haverá protestos, e que, na opinião dele, “apagar a tocha é crime”.
“A cerimônia da tocha aconteceu outras 85 vezes e não houve problema. Ontem (quarta-feira), houve. Isso foi reavaliado e vamos acompanhar mais atentamente essa questão”, afirmou Beltrame, que não soube explicar qual seria o crime. Em redes sociais, diversos grupos fazem eventos intitulados “não vai ter tocha” durante o período dos Jogos..