Brasília - O ex-advogado-geral da União e ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, negou nesta sexta-feira que a presidente afastada Dilma Rousseff tenha "jogado a toalha" no processo de impeachment. Cardozo disse que Dilma não está lutando porque gosta do poder, e sim por seu "amor pela democracia". Segundo ele, a presidente é inocente e precisa lutar por justiça. O ex-ministro também voltou a defender a tese de que não há pressuposto jurídico para a acusação contra Dilma.
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Dilma: vivemos um golpe de Estado diferente do que aconteceu na TurquiaItamaraty exonera diplomata que emitiu alertas de golpe no paísDilma reafirma ao STF que considera o impeachment um golpe de EstadoCardozo disse que o impeachment coloca a democracia do Brasil em xeque. "Independente de quem tem preferência pela presidência do governo Dilma ou do (presidente em exercício) Temer, nenhum país cresce onde as instituições permitem que um governo seja colocado para fora sem nenhuma razão para isso", avaliou. Caso o impedimento seja aprovado, em agosto, o ex-ministro afirmou que o resultado será "péssimo" para a imagem do país e para a economia.
A peça de alegações finais da defesa foi apresentada por Cardozo esta semana e, segundo ele, busca convencer os senadores do quanto a aprovação do impeachment pode ser prejudicial para o Brasil. "Se alguém admite ver alguém perdendo um direito dessa forma, e esse alguém sendo o presidente da República, com toda a divulgação, imagina o que vai acontecer com o cidadão comum. O cidadão que vê o presidente sendo colocado dessa forma, será que ele não teme pelos seus direitos e garantias? Acho que todos nós temos que temer pela violação da democracia.".