Brasília - Prestes a ser julgado no plenário, o ex-presidente da Câmara e deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) prepara um levantamento aprofundado sobre como ajudou seus aliados nos últimos anos. O objetivo é consolidar o material para uma eventual delação premiada na Justiça.
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Maia: eu só vou tratar do Eduardo Cunha a partir de quarta-feiraEduardo Cunha devolve chaves da residência oficial da CâmaraSTF ouve ex-diretor da Câmara em ação penal contra Eduardo CunhaCâmara decide conceder apartamento funcional a Eduardo CunhaEduardo Cunha ouve acusações no RioO peemedebista deve esperar algumas semanas e aguardar o resultado da votação da cassação no plenário para depois decidir se vai aderir à delação. A expectativa é de que o processo por quebra de decoro parlamentar seja analisado neste mês. Grupos ligados a Cunha dizem não ver saída para ele e acham que a cassação deve ser aprovada no plenário. Por isso, conselheiros de Cunha defendem que ele renuncie ao mandato para demonstrar disposição de negociar com a Procuradoria-Geral da República.
Só o esvaziamento do plenário poderia salvá-lo da cassação, uma vez que seu sucessor, Rodrigo Maia (DEM-RJ), comunicou que só colocará o tema em votação se houver quórum superior a 460 deputados. Embora saiba que as perspectivas são negativas, Cunha dá sinais de que tem esperança de reverter o cenário.
Sucessão de derrotas
Após a aprovação do pedido de cassação no Conselho de Ética por 11 a 9, Cunha viu seu recurso contra o processo disciplinar ser rejeitado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Por 40 votos a 11, integrantes da CCJ aprovaram um parecer contrário às pretensões do peemedebista, e a aposta dos parlamentares é de que o resultado no plenário seja proporcional ao que foi na comissão. Pelas contas de deputados, Cunha teria hoje apenas 40 votos contra a perda do mandato.
Dono do voto que ajudou a sacramentar o destino do peemedebista no conselho, o deputado Wladimir Costa (SD-PA) disse que está disposto a manter sua posição pró-cassação porque "não tem outra saída". Costa, que pertenceu à "tropa de choque" de Cunha, disse que sabe o quanto ele ficou insatisfeito com a mudança de voto na última hora, mas que nada o impede de manter sua opinião. "Não tenho compromisso com Eduardo Cunha, não sou do time do Cunha. Ele nunca me ajudou, não devo nada a ele, nem meu mandato", afirmou.
Defesa
Afastado há quase três meses das atividades parlamentares por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), Cunha vem preparando um mandado de segurança que deve ser apresentado à Corte para tentar impedir que o plenário da Câmara paute a votação. É considerada a última cartada para atrasar o processo, uma vez que na Casa não há mais manobras regimentais possíveis.
O Estado de S. Paulo..