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Estado de Minas

Queiroz Galvão teve R$ 20,4 bilhões de contratos com a Petrobras

Suspeita de propina, segundo o laudo da Polícia Federal, é de até R$ 4 bilhões. De acordo com a investigação, R$ 10 milhões já foram rastreados


postado em 02/08/2016 10:15

Uma das frentes da Operação “Resta Um”, 33ª fase da Lava-Jato, investiga executivos da Queiroz Galvão pelo pagamento de valores indevidos em favor de altos funcionários das diretorias de Serviços e de Abastecimento da Petrobras de forma “sistemática”, de acordo com a Polícia Federal (PF). As obras investigadas no esquema de corrupção, segundo a corporação, englobam contratos no Complexo Petroquímico no Rio de Janeiro (Comperj) e nas refinarias Abreu e Lima, Vale do Paraíba, Landulpho Alves e Duque de Caxias. De acordo com a polícia, os pagamentos de suborno, feitos em troca de contratos, aconteciam por meio de operadores no Brasil e no exterior.

Laudo da corporação mostra que a empreiteira tinha a terceira maior fatia de contratos com a estatal (R$ 20,4 bilhões) e é suspeita de bancar até R$ 4 bilhões em propinas. Segundo o Ministério Público, até agora, foram rastreados e comprovados, pagamentos de propina que somam quase R$ 10 milhões. “Esses crimes estão comprovados por farta prova documental que corroborou o depoimento de, pelo menos, cinco colaboradores, sendo três deles dirigentes de empreiteiras”, informa comunicado da Procuradoria. Há apurações ainda de remessa de dinheiro para o exterior pela Queiroz Galvão quanto pelo consórcio Quip por meio da empresa trust Quadris, ligado ao consórcio.

A empresa já foi investigada em três grandes operações contra a corrupção: Monte Carlo, Castelo de Areia e Navalha. A Castelo de Areia foi anulada. “A corrupção que colhemos é fruto da impunidade dos crimes passados”, disse Deltan em nota. “Esses crimes investigados hoje são filhos de um sistema de justiça criminal disfuncional, o qual falhou em punir casos pretéritos em que as mesmas empresas da Lava-Jato eram investigadas.”

Doações legais


Em abril deste ano, a construtora disse que suas doações eleitorais são feitas de forma regular. “A companhia informa que todas as doações realizadas pela empresa seguem a legislação eleitoral e foram registradas nos órgãos competentes”, afirmou em nota em Correio. No ano passado, a empresa rejeitou participação em cartel ou outro tipo de irregularidade. “A Queiroz Galvão nega veementemente práticas anticoncorrenciais e reitera que todas as suas atividades e contratos seguem rigorosamente a legislação vigente”, informou a construtora em comunicado de duas linhas ao Correio.

Os crimes apurados envolvem formação de cartel, associação criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro. O nome de “Resta Um” é uma referência à Queiroz Galvão, “última das maiores empreiteiras identificadas como integrantes da ‘regra do jogo’”, ou seja, do esquema de cartel, superfaturamento e corrupção na Petrobras apurado pela Lava-Jato. A Polícia Federal diz que o nome não significa o encerramento das investigações.


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