A CPI do Carf foi criada em fevereiro para investigar supostos pagamentos de propina para manipular os resultados do colegiado, que é uma espécie de tribunal administrativo recursal ligado ao Ministério da Fazenda, responsável por julgar processos tributários.
Antes do recesso parlamentar, o então presidente interino Waldir Maranhão (PP-MA) chegou a acatar a prorrogação dos trabalhos do colegiado por 60 dias, mas, em outra sessão, o primeiro-secretário Beto Mansur (PRB-SP), aceitou uma questão de ordem e cancelou a decisão. O cancelamento foi ratificado pelo novo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
"O PSDB está blindando a CPI", disse o relator, afirmando que o partido condicionou o apoio a Rodrigo Maia ao fim da CPI. Segundo ele, o colegiado ouviu apenas um terço dos depoentes que seriem necessários. "Não conseguimos trazer ninguém do setor financeiro, ninguém do setor industrial, ninguém do setor automotivo", disse. "Não quero ser imprudente e indiciar dezenas de empresas sem ouvi-las", afirmou, ressaltando que será forçado a tomar essa decisão, já que há indícios para isso.
Até o momento, a comissão precisa ser finalizada na próxima quinta-feira (11). O presidente da CPI, deputado Pedro Fernandes (PTB-MA), convocou sessão para apresentação do relatório na terça-feira (9). Com isso, se algum deputado pedir vistas no dia da leitura do perecer, há risco de a comissão ser encerrada sem aprovação de relatório.
O relator disse que seu relatório não está pronto e terá que ser concluído de forma açodada caso o prazo atual seja mantido. Ele se reunirá com o presidente da Câmara para fazer um apelo pela prorrogação.