Vereadores e empresários de Paracatu, no Noroeste do estado, são investigados pelo Ministério Publico de Minas Gerais (MPMG) por envolvimento em um suposto esquema de desvios de recursos públicos por meio do fornecimento de notas fiscais fraudulentas referentes a serviços não prestados de aluguel de veículos. Estariam sendo desviados recursos da verba de gabinete, no valor de R$ 8 mil, para cada um dos 17 vereadores da cidade. Os supostos desvios começaram a ser investigados a partir de mobilização popular, iniciada por por entidades da sociedade civil e pessoas da comunidade, que criaram o movimento suprapartidário “Mais Paracatu”.
A promotora Mariana Duarte Leão, da Comarca de Paracatu, disse que o inquérito tramita em sigilo de Justiça e que, nesta quinta-feira, ocorreu apenas a primeira operação, que deverá ter desdobramentos. Os nomes dos suspeitos não foram divulgados. Mas, de acordo com uma testemunha, estão sendo investigados os 17 vereadores da cidade e 15 deles são suspeitos de envolvimento no esquema fraudulento de desvios de recursos da verba de gabinete.
Conforme a mesma fonte, as investigações apontam que seria usada uma empresa que emitia notas fiscais referentes ao aluguel de veículos para os vereadores. No entanto, o aluguel seria simulado, sem que os vereadores chegassem a usar os carros. A reportagem tentou, mas não conseguiu contato a Câmara Municipal.
O presidente da Associação Comercial e Industrial de Paracatu, Marcos Plauto Ruas Cordeiro, disse que o Movimento “Mais Paracatu”, integrado pelas entidades de classe e clubes de serviço da cidade, foi formado inicialmente, com o objetivo de combater o empreguismo na Câmara Municipal da cidade, que estava contratando assessores sem função. “Mas, ao fazerem as investigações, os integrantes do movimento acabaram constatando outras suspeitas de falcatruas na Câmara, como o esquema do fornecimento notas fiscais para a simulação do aluguel de carros, e encaminharam as denuncias para o Ministério Público”, disse Cordeiro.