Brasília - O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, autorizou abertura de investigação eleitoral do PMDB e do PP, atendendo pedido feito pela corregedora-geral da Justiça Eleitoral, a ministra Maria Thereza de Assis Moura. Na terça-feira, a corregedora havia pedido que fossem abertas investigações contra os dois partidos com base nas investigações da Operação Lava-Jato. O pedido foi feito ao presidente do TSE, que na semana passada solicitou apuração semelhante sobre o uso de verbas públicas da Petrobras, mas com relação ao PT. “Constato, nesta análise preliminar da documentação, indícios de práticas ilegais tanto por parte do PT, quanto pelo PP e pelo PMDB”, alegou a corregedora, que cita depoimentos do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, personagens centrais da Lava-Jato.
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PLENÁRIO
No despacho de Gilmar Mendes que abre os processos contra o PP e o PMDB, o ministro lembra os pedidos de vista de Henrique Neves e de livre distribuição feito pela ministra e diz que os processos contra o PP e o PMDB devem ser distribuídos “na forma que vier a ser definida pelo plenário”. As investigações, então, só terão início depois que o plenário decidir sobre a questão de ordem apresentada. A previsão é que o julgamento seja retomado no próximo dia 23.
A Operação Lava-Jato investiga o pagamento de propinas milionárias envolvendo contratos da Petrobras, políticos, empreiteiros e lobistas.
Amigo de Lula volta para prisão
São Paulo - O juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava-Jato, restabeleceu a prisão preventiva do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão determina que o pecuarista, atualmente em prisão domiciliar, se apresente à Polícia Federal em 23 de agosto.
O magistrado, a pedido da defesa de Bumlai e contrariamente à manifestação do Ministério Público Federal, em março, concedeu prisão domiciliar para que o pecuarista tratasse um tumor na bexiga. Durante o tratamento, Bumlai passou por uma cirurgia cardíaca e teve a prisão domiciliar ampliada até 19 de agosto.
A defesa de Bumlai pediu nova ampliação do prazo e a Procuradoria da República se manifestou de maneira contrária. Desta vez, Moro negou a prorrogação da prisão domiciliar do pecuarista e ordenou que Bumlai se apresente à Polícia Federal. “No momento, após cinco meses de prisão domiciliar, a situação de saúde do acusado mostra-se estabilizada. Houve ressecção do tumor e o tratamento medicamentoso posterior foi quase totalmente finalizado. O tratamento medicamentoso do tumor foi interrompido e é possível que sequer seja retomado, passando o acusado apenas a ser submetido a exames periódicos para acompanhar o controle da doença”, afirmou Moro.
O juiz declarou que os exames, a reabilitação cardíaca e o recebimento de medicamentos para controle dos problemas de saúde podem ser feitos, “sem qualquer dificuldade, em Curitiba, no próprio Complexo Médico Penal, no qual o acusado estava previamente recolhido, ou, eventualmente, se necessário por saídas periódicas para hospitais privao.
A advogada Daniella Meggiolaro, que defende Bumlai, afirma que o pecuarista não vai criar obstáculos às investigações.
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