Por que o eleitor de Belo Horizonte deve votar na senhora para prefeita?
Porque nossa candidatura é independente das grandes empresas e grupos econômicos. Está comprovado no último período que isso é um mal para o Estado brasileiro e para os municípios, pois esse atrelamento dos governos com as grandes empresas impede que haja investimentos para garantir boas condições de vida para a classe trabalhadora. Há muitos anos denunciamos isso e mostramos ao longo dos anos uma coerência em relação a isso e sempre nos propusemos a lançar candidatos da classe trabalhadora.
Qual é o maior problema da cidade e como pretende resolvê-lo?
O maior problema de Belo Horizonte é uma gestão voltada para a iniciativa privada e não para a população. Por exemplo, o transporte na cidade é altamente precário. BH é uma das poucas capitais do país que não tem metrô de verdade, tem apenas um metrô pequeno, que não atende a quase ninguém. Também não existe programa de moradia na cidade, o que existe é uma expulsão cada vez maior dos trabalhadores, não mais para as periferias, mas para a Região Metropolitana de Belo Horizonte. Há ainda uma precariedade da saúde e da educação que são problemas gerais. E essa falta estrutura urbana gera também aumento da violência, que é consequência dessa ausência do estado. Todos esses problemas existem porque a última gestão prioriza administrar para o setor privado e não para atender a maioria da população.
Mas como resolver todas essas questões?
Se você tem uma lógica de arrecadar impostos de quem tem dinheiro para pagar e investir nos serviços que a população precisa é possível fazer muitas coisas. Claro que você não muda nada de uma vez, mas dá para dar passos gigantescos. Se a prefeitura é menos atrelada às empreiteiras, às empresas privadas de transporte, é possível que você reverta a situação. O transporte urbano coletivo, por exemplo, é um serviço público que hoje está nas mãos das empresas privadas, que determinam o preço da passagem, o número de viagens e a qualidade dos ônibus. Mas é possível ter uma empresa de fato municipal e metropolitana, uma empresa de transporte público municipal, que tenha o controle do serviço e trabalhe para a população e não pelo lucro.
A solução seria então, na sua avaliação, estatizar o transporte público?
É importante que as pessoas entendam que o serviço público é obrigação do Estado e direito da população. Ele está nesse rol assim como a saúde e a educação, mas foi privatizado. Então, entendemos que aquilo que é obrigação do Estado e direito da população tem que ser oferecido diretamente pelo Estado para a população para que não tenha um intermediador, cujo único objetivo é o lucro.
O PSTU perdeu uma leva de filiados por causa da postura do partido de não se posicionar contra o impeachment. Qual sua avaliação sobre essa postura do partido?
O PSTU não tem uma posição a favor do impeachment, porque entendemos que o Congresso Nacional não tem moral, mas não temos uma posição a favor do governo, por isso a nossa posição é fora todos, porque há de fato um descontentamento grande com o governo Dilma. Houve um estelionato eleitoral. O que ela prometeu na campanha não cumpriu. E o PT não estava autorizado a fazer as bandalheiras que ele fez. Claro que tem exageros, claro que a direita e a grande imprensa fazem aparecer mais as coisas que o PT fez do que as que o PSDB fez, mas isso não significa que o PT não fez. Então nós temos uma posição contrária ao governo Dilma e contrária ao governo Temer. E sempre criticamos o PT pelas alianças que fez, pelas alianças com o PMDB, com o Sarney e aqui em Belo Horizonte com o PSDB para eleger o prefeito Marcio Lacerda.
Qual a solução? Se sair Dilma e Temer ficaria o que?
Propomos eleições gerais, mas sob novas regras. Mas elas vão resolver os problemas? Não. O PSTU desde sempre tem uma formula que é só o povo organizado é que muda sua realidade. Esses que se elegem dentro das regras das eleições controladas pelas grandes empresas não vão mudar a regra do jogo. Quem governa este país nunca saiu do poder. Quem governa este país são os bancos, as grandes empreiteiras, as multinacionais e elas estavam no poder com o PT, com o PSDB, com o PMDB e continuam no poder com o Temer.