A declaração do ministério da Saúde, Ricardo Barros, de que os homens adoecem mais porque também trabalham mais causou muita repercussão negativa. Até a filha de Barros, a deputada estadual do Paraná, Maria Victória Borghetti Barros (PP), puxou a orelha dele. “Pai, logo o senhor que tem duas mulheres como nós em casa, a vice-governadora do Estado do Paraná, Cida Borghetti, e eu, deputada estadual”, reclamou em postagem em uma rede social (confira o vídeo abaixo).
"Por mais que haja dados absolutos de que haja maior número de homens no mercado formal de trabalho, o IBGE afirma que as mulheres trabalham em média cinco horas a mais do que os homens. Portanto, uma jornada de trabalho mais longa. E não precisa de dados para mostrar o quanto as mulheres trabalham nesse Brasil inteiro. Depois de trabalhar o dia inteiro fora de casa, as mulheres ainda precisam trabalhar em casa, a chamada jornada dupla. Não é isso, mulherada?", alfinetou a deputada.
Nessa quinta-feira, durante lançamento de campanha “Pré-Natal do Parceiro” - programa que pretende incentivar os homens a cuidarem mais da saúde com a realização de exames preventivos -, o ministro disse que os homens procuram menos o atendimento de saúde porque "trabalham mais do que as mulheres e são os provedores" das casas brasileiras. Além de acreditar que os homens "possuem menos tempo" do que as mulheres, o ministro considerou que os homens fazem menos acompanhamento médico por uma questão de hábito e de cultura.
A declaração contraria dados do IBGE que apontam que as mulheres acabam tendo jornada dupla por se dedicaram às tarefas domésticas e também da carreira. E mais: levantamento mostra que as mulheres têm, cada vez mais, se tornado chefes de família.
Assista ao vídeo: