Militantes de movimentos feministas protestaram na porta do PSC, em São Paulo, contra o deputado pastor Marco Feliciano. As mulheres repudiam o fato de a legenda ter mantido o parlamentar como liderança na Câmara e não ter sequer decidido investigar as denúncias feitas pela estudante Patrícia Lélis, 22 anos, contra ele. Ela também era militante da legenda e acusa Feliciano de tentativa de estupro, assédio sexual e agressão.
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Deputadas querem que Conselho de Ética apure denúncias de abuso sexual contra Feliciano Caso Feliciano chega a JanotPSC mantém Feliciano na liderança do partido e decide processar jornalistaRepresentação contra Feliciano por suspeita de estupro está no gabinete de JanotJornalista acusa PSC de omissão no caso do deputado FelicianoSTF arquiva investigação sobre Marco FelicianoSTF abre inquérito contra Feliciano por suspeita de abuso sexualPolícia Civil pede a prisão preventiva da jornalista Patrícia LelisPGR pede abertura de inquérito contra deputado Marco Feliciano por abuso sexual Polícia indicia por extorsão jovem que acusou Feliciano“O partido em vez de tomar medidas contra Feliciano está querendo punir a menina. Ameaçou processá-la e todo mundo que nas redes e nas ruas estão se levantando para denunciar a cultura do estupro no Brasil”, afirmou Sâmia Bonfim, que participou do ato. A mulher ainda afirmou que no momento do protesto integrantes da legenda tentaram prendê-la dentro da sede do partido, mas ela conseguiu escapar com a ajuda de outras manifestantes e de quem passava pelo local.
“Feliciano está sendo denunciado por uma vítima de estupro e, na verdade, o partido está protegendo ele. O que nós queremos é que essa investigação seja feita até fim e que Feliciano seja expulso do Congresso Nacional, porque nós não permitimos que estupradores sejam protegidos, ainda mais um deputado”, afirmou Silvia Ferraro que também participou do escracho.
A reportagem tentou contato com a assessoria de Feliciano e com o partido, mas não conseguiu contato.
Vídeo Gabriel Lindenbach
Nas denúncias que fez, Patrícia Lélis afirmou que a legenda "sempre soube da denúncia", mas pediu que ela "ficasse calada". Na noite do último domingo, a estudante registrou boletim de ocorrência contra Feliciano em uma delegacia de Brasília, por tentativa de estupro, assédio sexual e agressão. Segundo o relato, o suposto crime aconteceu na manhã do dia 15 de junho, no apartamento funcional do parlamentar na capital federal.
Na quarta-feira, parte da bancada feminina na Câmara apresentou ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (PMDB), uma representação para que Marco Feliciano seja investigado no Conselho de Ética da Casa. O pedido leva em consideração as acusações.
Uma representação contra Feliciano também já se encontra com o Procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O documento foi encaminhado ao MPF no mesmo dia em que a jovem depôs na Polícia Civil de São Paulo, após vir à tona pela imprensa gravações de áudio dela com o chefe de gabinete do deputado e mensagens de WhatsApp da jornalista com o próprio deputado indicando que ela foi violentada pelo pastor e que o PSC teria atuado para abafar o caso. .