Os candidatos a prefeito de Belo Horizonte somam R$ 36.274.008,75 em patrimônio declarado ao Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais, valor superior aos R$ 30 milhões que a Prefeitura de Belo Horizonte está investindo para revitalizar a Lagoa da Pampulha. A maior parte da cifra é do deputado federal Rodrigo Pacheco (PMDB), que concorre pela primeira vez ao cargo. O peemedebista tem R$ 23.387.353,79 em bens informados à Justiça Eleitoral, sete vezes mais do que o vice-prefeito, Délio Malheiros (PSD), que revelou ter R$ 3.024.163,82, ocupando o segundo lugar entre os mais ricos.
Estreante na disputa majoritária, Rodrigo Pacheco tem seis imóveis. Apenas um deles, uma casa em Passos, no Sul de Minas, tem valor declarado de R$ 1 milhão. Mas a casa mais cara fica em Capitólio, na região do Lago de Furnas, e custa R$ 3,3 milhões. O candidato do PMDB também declarou ter gado, parte de uma aeronave e de uma loja em Nova Lima, na Grande BH. Tem ainda R$ 587 mil em espécie. Entre os bens também estão ações e créditos de empréstimos para formação de capital da empresa CH3 Participações e Empreendimentos.
Pacheco disse que o patrimônio milionário é fruto de 16 anos de trabalho como advogado criminalista. Em 2014, quando concorreu ao atual cargo de deputado federal, eram R$ 24.521.995,32 em bens, R$ 1,134 milhão a menos que hoje. “Tudo que tenho está absolutamente declarado, não tenho motivo para omitir. Esse decréscimo atribuo a dívidas que tinha, inclusive de campanha”, disse. Na última eleição, Pacheco custeou a própria campanha quase toda com recurso próprio, despendendo R$ 3 milhões. “Agora espero arrecadar via fundo partidário e doações de pessoas físicas, a expectativa é que o partido ajude”, afirmou.
Dos R$ 3 milhões que o vice-prefeito Délio Malheiros informou à Justiça Eleitoral, R$ 1,4 milhão é referente a um imóvel no Bairro Santo Agostinho. Ele tem ainda R$ 553 mil em Letras do Crédito Imobiliário e R$ 125 mil em um lote em Itabirito. Em 2012, quando concorreu a vice-prefeito, Délio tinha R$ 4.347.052,00 em bens. Ele disse que seu patrimônio foi construído em 25 anos de advocacia e como servidor de carreira da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, onde é concursado desde 1985. “Nesta declaração está incluído o patrimônio de minha esposa, médica há 30 anos e servidora pública de carreira”, afirmou. Sobre a redução do patrimônio, Délio disse ter vendido eucaliptos em Itamarandiba que fizeram parte da declaração de 2012.
Segundo os dados do TRE, o ex-presidente do Atlético Alexandre Kalil acumulou R$ 2.787.609,13 em patrimônio. Na lista está uma casa de R$ 400,8 mil no Bairro Trevo, na Pampulha, e um Land Rover de R$ 351,9 mil. Ele tem ainda duas motos Harley Davidson, uma de R$ 53 mil e outra de R$ 81,9 mil. O patrimônio inclui lojas, garagens, terrenos e mais imóveis. Kalil também teve sua declaração de bens diminuída em relação ao que informou ao TRE em 2014, quando registrou a candidatura a deputado federal e depois renunciou. Há dois anos, ele tinha R$ 4.305.995,27 milhões. “Não declarei nada, entreguei meu imposto de renda para o TRE”, afirmou. Ele não soube detalhar a diferença de valores. “Devo ter vendido alguma coisa, honestamente não sei”, afirmou.
O candidato do PSDB, João Leite, declarou ter R$ 1.696.107,09 em bens. A maior parte do patrimônio está distribuída em apartamentos em Lourdes, no Sion e na Floresta. Ele também tem um apartamento em Orlando (EUA), de R$ 404,9 mil. O patrimônio dele em 2014 era de R$ 1.228.151,11. “Está colocado para a população, é obrigação do candidato e é tudo transparente em minha vida. O patrimônio foi acumulado em uma longa vida como atleta e, agora mais recente, como político e homem público”, explicou.
As duas candidatas com menos recursos declarados são as professoras Vanessa Portugal (PSTU), com R$ 275 mil, e Maria da Consolação (PSOL), com R$ 99 mil.
VALORES DOS 11 CANDIDATOS
Informações prestadas pelos candidatos ao TRE-MG
Rodrigo Pacheco (PMDB)
R$ 23.387.353,79
Délio Malheiros (PSD)
R$ 3.024.163,82
Alexandre Kalil (PHS)
R$ 2.787.609,13
João Leite (PSDB)
R$ 1.696.107,09
Luís Tibé (PTdoB)
R$ 1.518.287,54
Eros Biondini (Pros)
R$ 1.205.418,14
Sargento Rodrigues (PDT)
R$ 1.194.324,00
Reginaldo Lopes (PT)
R$ 607.870,24
Marcelo Álvaro (PR)
R$ 478.875,00
Vanessa Portugal (PSTU)
R$ 275.000,00
Maria da Consolação (Psol)
R$ 99.000,00