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Estado de Minas

Outro ex-tesoureiro vira réu da operação Lava-Jato

Depois de Delúbio Soares e João Vaccari Neto, Paulo Ferreira, que também cuidou das finanças do PT, tem denúncia aceita por Sérgio Moro por irregularidades em contratos da Petrobras


postado em 16/08/2016 00:12 / atualizado em 16/08/2016 07:55

São Paulo - O juiz Sérgio Moro aceitou ontem denúncia contra 14 envolvidos em irregularidades na construção do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), da Petrobras, no Rio de Janeiro. Entre os réus estão o ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira, Renato Duque, ex-diretor da Petrobras, oito executivos de empreiteiras e quatro operadores de propina. Todos foram alvo da 31ª fase da Operação Lava-Jato e deverão responder por crimes de lavagem de dinheiro e corrupção.

Segundo a denúncia do Ministério Público Federal, o Consórcio Novo Cenpes (OAS, Carioca Engenharia, Construbase Engenharia, Schahin Engenharia e Construcap CCPS Engenharia) pagou R$ 20 milhões, entre 2007 e 2012, em propina para conseguir o contrato. É a primeira vez que Ferreira, que antecedeu João Vaccari Neto na tesouraria do PT, se torna réu da Lava-Jato. Agora, são três ex-tesoureiros do partido denunciados na operação. Vaccari é réu em seis processos sob acusação de ter recebido dinheiro da Petrobras; e Delúbio Soares, que antecedeu Ferreira e foi réu do mensalão, responde a outra ação penal, acusado de ter solicitado empréstimo fraudulento em nome do PT ao banco Schahin.

O valor do contrato, que foi previsto em R$ 850 milhões, superou R$ 1 bilhão. Assad, Morales e Trombeta atuavam como profissionais da lavagem, e disponibilizavam dinheiro em espécie às empreiteiras para que fossem feitos os pagamentos a agentes públicos ou políticos. Segundo a denúncia, Morales e Trombeta teriam lavado R$ 2,8 milhões do Consórcio Novo Cenpes. Adir Assad, por sua vez, movimentou R$ 2,1 milhões recebidos da Carioca Engenharia. Romano recebeu dinheiro das empresas Construbase (R$ 480.000,00), Schahin (R$ 224.094,66) e Construcap (R$ 341.900,00).

Outros US$ 711 mil foram transferidos por um dos dirigentes da Carioca para um banco na Suíça e, posteriormente, repassado a Mário Goes e Pedro Barusco, que não foram denunciados por já serem colaboradores da Lava-Jato. A Operação Abismo incluiu construtoras que participaram esporadicamente do cartel da Petrobras, como Construcap e Construbase, além de outras de grande porte, como Carioca Engenharia, OAS e o Grupo Schahin. Também foi identificada a participação de operadores de propina, como Adir Assad, Roberto Trombeta, Rodrigo Morales, e Alexandre Romano, ex-vereador do PT que se tornou operador e assinou acordo de delação premiada. Também os donos da Carioca Engenharia se tornaram colaboradores da Lava-Jato.

EXECUTIVOS

Com a aceitação da denúncia, além do ex-tesoureiro do PT e do ex-diretor da Petrobras Renato Duque, estão os seguintes representantes de empresas: Agenor Franklin Magalhães Medeiros (OAS), José Aldemário Pinheiro Filho (OAS), Ricardo Backheuser Pernambuco (Carioca Engenharia), José Antônio Marsílio Schwarz (Grupo Schahin), Genésio Schiavinato Júnior (Construbase), Erasto Messias da Silva Júnior (Construtora Ferreira Guedes), Edison Freire Coutinho (Grupo Schahin), Roberto Ribeiro Capobianco (Construcap). Não foram denunciados os representantes da WTorre, que segundo o executivo Ricardo Pernambuco, teria recebido R$ 18 milhões para sair da disputa, embora tenha ficado em primeiro lugar na licitação. Com a saída da empresa, o Consórcio Novo Cenpes pode firmar o contrato.

 

 


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