Os candidatos à Prefeitura em Belo Horizonte (MG) vão tentar usar o voluntariado, redes sociais e programas de rádio e televisão no horário eleitoral gratuito para superar a falta de recursos que, afirmam, vai ocorrer nas campanhas com o fim das doações de empresas.
O candidato do PT, deputado federal Reginaldo Lopes, afirma que não vai montar comitê físico e nem terá marqueteiro de campanha. "Rompemos com a política do passado", afirmou Lopes. O PT, juntamente com partidos como PSDB, PMDB e PP, tem integrantes investigados pela Operação Lava Jato.
"Todas as legendas estão sob suspeição", afirma Lopes. O petista diz que não vai gastar mais que R$ 5 milhões na campanha pela Prefeitura da capital mineira. Na disputa de 2012, Patrus Ananias, que disputou o cargo pelo partido, declarou despesas de R$ 17,4 milhões ao Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG). Nesta terça-feira, 16, primeiro dia de campanha, Lopes visita casas na capital que funcionarão como centros de divulgação de sua campanha de forma voluntária.
O PSDB, que terá o deputado estadual João Leite como candidato, vai ter gastos inferiores a R$ 13 milhões, conforme informações do presidente estadual da legenda, deputado federal Domingos Sávio. Para economizar, o parlamentar afirma ter cedido sua sala na sede do partido para discussões de campanha. "Vamos ter comitê, vamos investir em programas de rádio e televisão no horário eleitoral gratuito, mas a campanha será franciscana", afirma.
O vice-prefeito Délio Malheiros (PSD), que na última hora ganhou o apoio de Lacerda, afirmou que ainda não sabe quanto deverá gastar na eleição, mas disse que vai priorizar a divulgação nas redes sociais de pontos que considera positivos na atual gestão. "Vamos mostrar que somente nós temos condições de avançar no que já foi conquistado", diz. Malheiros teve o apoio de Lacerda em 5 de agosto, uma sexta-feira. No domingo anterior, o prefeito havia lançado o empresário Paulo Brant como seu candidato, mas desistiu do nome e indicou o vice, Josué Valadão (PSB) na chapa de Malheiros. O PSB afirmou que Brant tinha uma condenação que o impedia de gerir instituições financeiras, o que poderia atrapalhar a campanha do então candidato.
O grupo de Lacerda vinha encontrando dificuldades para coligações. Segundo Malheiros, que afirmou ter comunicado ao prefeito ainda no início de mandato que queria disputar a Prefeitura esse ano, o apoio de Lacerda não aconteceu muito tarde. "Veio no tempo certo", avaliou.