A Polícia Federal deflagrou ontem a 6ª fase da Operação Acrônimo, que investiga esquema de tráfico de influência para liberação de empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). As ações foram autorizadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Foram cumpridos mandados de busca e apreensão e condução coercitiva em Minas Gerais e São Paulo. O foco é uma obra de construção do aeroporto de Catarina, em São Roque, na Região Metropolitana de Sorocaba, financiada com recursos do BNDES, e realizada pela empreiteira JHFS.
Houve busca e apreensão de documentos no escritório do instituto de pesquisa Vox Populi em BH. Conforme as investigações, a JHFS teria pago pesquisa eleitoral da campanha do governador Fernando Pimentel ao governo de Minas. Na época dos fatos, o governador era ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do governo Dilma Rousseff e presidente do conselho de administração do BNDES.
O advogado de Pimentel, Eugênio Pacceli, informou que “não houve medida alguma contra o governador. Até onde sabemos a busca envolveria uma empresa de propaganda”. E completou: “Trata-se de factoide criado para influenciar o julgamento do recurso de Pimentel no STJ, em que as especulações são no sentido de sua vitória. Ao que parece, o espetáculo tem exatamente esse objetivo: atingir negativamente os julgadores no tribunal. Ou alguém acredita mesmo em buscas e apreensões feitas dois anos depois de publicizada a operação e suas ‘fases’?”.
Em nota, o Vox Populi confirmou a ação no endereço da empresa: “A empresa disponibilizou a documentação solicitada e continua pronta a atender quaisquer outras solicitações das autoridades”. Também por meio de nota, a JHSF afirmou que não está envolvida em qualquer ilícito e sempre obedeceu a legislação vigente. “A empresa reafirma sua disposição de colaborar com as investigações, até porque é a maior interessada no esclarecimento dos fatos, a fim de demonstrar sua lisura.”