Prometida há anos, a despoluição da Lagoa da Pampulha, cartão-postal da cidade, também está nos planos dos candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte. No dia em que o complexo arquitetônico recebeu o certificado de inscrição na lista de Patrimônio Cultural da Humanidade da Unesco, o Estado de Minas perguntou a eles quais as propostas para a região. Todos ressaltaram a necessidade de concluir o processo de revitalização não só da lagoa, mas de seu entorno. Como boa parte dos córregos que deságuam na lagoa vem de Contagem, candidatos defendem parceria com a prefeitura da cidade vizinha e com os governo estadual e federal. Há também ideias de construir espaços esportivos e incrementar o turismo no local.
João Leite (PSDB)
A Pampulha tem um grande desafio, que é preservar o seu patrimônio e também recuperar o meio ambiente, manter a segurança para as pessoas que buscam por lazer e esporte a região. Vamos continuar esse trabalho, que teve um papel importante do nosso grupo – de 2012 a 2014 o estado liberou R$ 140 milhões para o desassoreamento e a despoluição da lagoa. Com este título tão importante que a Pampulha recebeu, temos a região também como local importante de presença turística, então é preciso pensar também no entorno do mineirinho e mineirão. Temos que dar continuidade ao desassoreamento e à coleta do esgoto e é importante um entendimento permanente com Contagem, governo estado, Copasa e governo federal. Há também uma expectativa grande de voltar com esportes náuticos em parceria com federações universitária e de remo, que está sendo criada.
Rodrigo Pacheco (PMDB)
Considerando esse título importante que a Pampulha ganhou, a principal meta é o cumprimento das condicionantes impostas pela Unesco para dar continuidade a esse título, especialmente a despoluição da lagoa. Vamos tratar com a Prefeitura de Contagem e a Copasa para resolver esse problema, tornando a Pampulha atrativa para o turismo e gerando o desenvolvimento econômico e social da região. Essa será uma das prioridades do meu governo, pois não podemos frustar o povo e retroceder nesse aspecto. Belo Horizonte vai exercer a liderança nessa interlocução, pois a Lagoa fica na capital, mas tem reflexos na questão do saneamento de Contagem.
Délio Malheiros (PSD)
Nos últimos anos a Pampulha experimentou uma evolução como nunca viu. Isso culminou com o título que recebemos hoje. Entre várias outras iniciativas, nosso governo promoveu a revitalização do entorno, a modernização da iluminação na orla e a tão esperada limpeza do espelho d’água. No nosso próximo governo, vamos colher os frutos do nosso trabalho, aproveitando ao máximo todo o potencial de desenvolvimento econômico, de turismo e lazer que esse título traz. Vamos implementar o ônibus turístico, aprimorar a sinalização para o turismo receptivo, capacitar a Guarda Municipal a dar informações turísticas e, o que é muito importante, atrair investimentos da iniciativa privada para aproveitar todo esse potencial econômico que vem junto com os turistas, além de estreitar ainda mais o diálogo com todos os setores que estão sendo beneficiados: hotéis, bares, restaurantes. É um momento de festa para toda a cidade e toda a população sai ganhando.
Alexandre Kalil (PHS)
A gente sabe que o problema todo é o esgotamento sanitário que tomou conta e acabou com a Pampulha, então, é um problema gravíssimo. E temos outro jurídico, agora com o Iate Clube, que é a desafetação da área. Mas acho que falar em limpeza da água sem falar em recurso federal é demagogia, porque são obras caríssimas que demandam vontade de ir lá e buscar dinheiro. É um assunto intermunicipal que tem que ser tratado junto com Contagem. A situação da prefeitura é calamitosa, falta dinheiro. Agora, temos que dar proteção, iluminar, cuidar, policiar para que a área seja um importante lugar de lazer para o mineiro. Isso temos gente para fazer. Não temos dinheiro para limpar a lagoa e quem falar isso está falando mentira, mas vamos lutar incansavelmente para trazer recursos.
Eros Biondini (PROS)
As ações que estão sendo tomadas agora já deveriam ter sido tomadas há muitos anos em parceria com a Copasa para despoluição e tratamento dos afluentes que deságuam na lagoa. Dentro dessa lógica de despoluição e desassoreamento, é fundamental uma ação mais efetiva e eficaz. A visão do prefeito tem que ser metropolitana, já que a cidade é limítrofe com outras. É preciso fazer programa de saneamento onde estão os ribeirões, fazer estações de tratamento. Em relação ao complexo arquitetônico, pretendo utilizar melhor as estruturas, não só divulgando melhor nosso museu, mas fazendo eventos na Casa do Baile, como serestas e atividades que resgatassem a história da cidade. A igrejinha da Pampulha pode ser bem explorada como turismo religioso. Minha proposta é levar corais infantis em parceria com as orquestras da polícia e dos bombeiros para se apresentar ao entardecer.
Sargento Rodrigues (PDT)
Uma das questões que colocamos é obviamente concluir a despoluição da lagoa, de forma a resgatar a fauna e a flora e as condições da lagoa, que hoje ainda deixa a desejar. Primeiro tenho tomar pé de como está o projeto em andamento. Quero implementar também um monitoramento permanente para que se evite retrocesso, chegar onde se chegou com relação aos níveis de poluição da lagoa. Ainda no meio ambiente, temos a proposta de revitalizar 35 parques municipais e aumentar a proporção de metro quadrado verde por habitante. As pessoas continuam jogando lixo, garrafas e sacolas, então é preciso cuidar também desta questão da educação, fazendo uma campanha educativa com relação ao patrimônio, mostrando inclusive o gasto que é feito. Tudo isso vai potencializar muito o turismo ali não só de pessoas de fora como entre as da própria cidade.
Reginaldo Lopes (PT)
Precisamos criar um consórcio intermunicipal entre Contagem e BH para sanear a Lagoa da Pampulha. Temos que resgatar o princípio de uma política que foi vitoriosa nos governos Patrus e Pimentel, que foi o Drenurbs, um conceito de preservação das nascentes e de cuidar do curso d'água. Temos que buscar despoluir a lagoa no seu percurso, do córrego até a composição da lagoa, não só na chegada. É possível fazer mais um parque ecológico com complexo esportivo, mas tudo isso tem que ser discutido com a população. Também é preciso olhar para a Pampulha fora da orla. Tem regiões limite com Neves e contagem não tem Umeis nem centro de saúde e onde não existe segurança. Queremos uma única Pampulha.
Marcelo Álvaro Antônio (PR)
Em nossa gestão realizaremos um profundo diagnóstico sobre as condições da poluição da água da Lagoa da Pampulha e sobre a viabilidade da revitalização de suas áreas. Levaremos em conta esse diagnóstico e debateremos com a população as condições reais encontradas. Teremos responsabilidade de dizer a verdade e não tomaremos nenhuma medida precipitada sem antes ouvir a população e a academia qualificada para o assunto. Todo patrimônio cultural e arquitetônico de nossa cidade será cuidado e visto com muita sensibilidade.
Maria da Consolação (PSOL)
A proposta não é só para a Pampulha. Nós precisamos fazer um processo de recuperação das nascentes da região. A despoluição da lagoa passa pela despoluição também dos córregos que deságuam nela e deve ser discutida com os outros municípios. A questão ambiental passa pela região metropolitana. Nós precisamos ter outra lógica. É preciso repensar a política ambiental que recupera a bacia e as nascentes dos córregos da cidade. Para você recuperar a Pampulha tem que fazer essa política integrada.
Vanessa Portugal (PSTU)
A questão da Pampulha vai para além do complexo em si. Tem que se resolver um problema no saneamento. A despoluição não vai resolver o problema se a Lagoa continuar recebendo esgoto. É preciso uma política de urbanização das cidades do entorno, ou mais esgotos clandestinos vão continuar sendo jogados na lagoa. Na verdade é um plano mais complexo que uma intervenção específica na Pampulha. A questão passa pelo tratamento de esgoto de forma completa, em todas as suas fases.
Luis Tibé (PTdoB)
O candidato foi procurado pela reportagem para falar sobre o tema, mas não retornou a ligação.