Brasília – O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), adiou um encontro com a presidente afastada, Dilma Rousseff, para viajar ao Rio de Janeiro no início da tarde de ontem com o presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), a exatamente uma semana do início do julgamento do processo de impeachment. Temer foi ao Rio a fim de fazer um balanço dos Jogos Olímpicos. É a primeira vez que os dois – históricos desafetos – viajam juntos para uma agenda oficial desde que Temer assumiu o comando do país.
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Senadores do PT acertam fazer 'treinamento' com Dilma antes de julgamentoOEA pede explicações ao governo sobre impeachment de DilmaÉ fundamental participação mais direta do PSDB no governo Temer, diz RenanDocumento diz que gráfica suspeita prestou serviços para campanha de DilmaO encontro com Dilma no Palácio da Alvorada, inicialmente previsto para ontem, foi adiado para hoje. Os dois vão discutir detalhes da participação da presidente afastada no julgamento. Ela vai ao Senado no dia 29 fazer sua defesa pessoalmente. Senadores petistas pretendem fazer um treinamento na semana que vem. A ideia é apontar para Dilma como devem ser os questionamentos dos seus adversários. Eles acreditam que o depoimento dela pode ajudar a reverter votos.
Em mais um sinal de aproximação com Temer, Renan atuou pessoalmente para impedir a primeira derrota do governo interino em uma votação no Senado na quarta-feira.
ESTREIA NA TV
O primeiro pronunciamento de Michel Temer como presidente efetivo, se Dilma Rousseff for afastada definitivamente do cargo, ocorrerá no 7 de Setembro, em cadeia de rádio e TV. O conteúdo ainda está sendo elaborado pelo governo interino, mas o texto pedirá confiança e crença no futuro. Temer também falará na reforma da Previdência, que será enviada ao Congresso em setembro; na limitação dos gastos públicos e nas mudanças das leis trabalhista e política.
Inicialmente, o Palácio do Planalto pretendia gravar o pronunciamento de Temer no dia seguinte ao julgamento final de Dilma no Senado. No entanto, o transcorrer do calendário incerto e a necessidade de viajar para a China, para o encontro do G20, fizeram com que o governo repensasse a data. Não seria adequado o pronunciamento ir ao ar com o presidente em viagem, avaliaram seus auxiliares.
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